quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Saiba tudo sobre o seriado DUPLA IDENTIDADE, da Rede Globo

DUPLA IDENTIDADE
Aos olhos de todos, ele é bonito, inteligente, articulado e sensível. Mas não sente compaixão ou empatia por nada nem ninguém. Para seus vizinhos, amigos e família, a bondade é seu retrato. Mas ele não tem consciência, culpa ou remorso dos seus atos mais cruéis. Sim, tudo isso cabe em uma pessoa só. Tudo isso faz parte de Eduardo Borges (Bruno Gagliasso), o Edu. Um criminoso sádico, um predador frio e calculista: um serial killer. E é em torno da mente deste psicopata grave, que mata por puro prazer, que a trama principal de ‘Dupla Identidade’ se desenvolve.


O suspense em torno de Edu (Bruno Gagliasso), seus pensamentos e seus crimes irão permear toda a história. Quem será sua próxima vítima? Quando ele irá atacar novamente? Como ele consegue enganar todas as pessoas à sua volta? Será que os investigadores conseguirão prendê-lo? Estas são algumas das questões que farão parte do seriado, uma criação da autora Gloria Perez, com direção de núcleo e geral de Mauro Mendonça Filho, e codireção de René Sampaio. A estreia está prevista para o dia 19 de setembro, nas noites de sexta-feira, após o ‘Globo Repórter’. Além de Bruno Gagliasso, estão no elenco Débora Falabella, Luana Piovani, Marcelo Novaes, Aderbal Freire Filho e Marisa Orth, entre outros.


“Chamamos ‘Dupla Identidade’ de suspense psicológico porque apresentamos a história através da mente do serial killer, e do desafio que é decifrar sua mente através da maneira como comete seus crimes. Mostramos a arte da manipulação que ele utiliza para conquistar seus objetivos e a maneira como constrói a máscara social que permite com que transite pelos mais diferentes grupos, vivendo uma vida dupla sem despertar em ninguém a mais leve desconfiança. Tudo isso de uma maneira irresistivelmente sedutora. Esse é o nosso Edu” apresenta a autora Gloria Perez. “Um camaleão. Muda de personalidade de acordo com quem ele quer agradar, com uma facilidade impressionante. Isso faz com que ele transite por mundos totalmente diferentes, com igual desenvoltura em todos eles”, complementa o diretor-geral Mauro Mendonça Filho.
Vida dupla


Imagine – se puder – como é viver uma vida paralela, em tudo contraditória. Edu (Bruno Gagliasso) é assim. Um perfeito camaleão, que se esconde por trás de uma vida absolutamente comum, de rapaz adorável, namorado perfeito, amigo ideal. Mas, na verdade, ele é um serial killer, autor de uma série de assassinatos que assombra o Rio de Janeiro, preocupa um governo empenhado numa reeleição e desafia os esforços da polícia.


Para todos que o conhecem, Edu (Bruno Gagliasso) é um jovem esforçado e ambicioso. Formou-se em Direito e cursa a faculdade de Psicologia – o que, para um serial killer pode ser muito útil. Audacioso, trabalha no escritório de advocacia de Assis (Gláucio Gomes). Como todo serial killer, o poder é o foco de Edu (Bruno Gagliasso). É o poder que ele busca quando manipula, quando mata, quando se aproxima do senador Oto Veiga (Aderbal Freire Filho) como um jovem admirador que quer ser como ele, para experimentar, também, o poder político.


No esforço para compor a máscara social, reserva uma noite de sua semana para trabalhar como voluntário no GAV (Grupo de Apoio à Vida), um serviço social que atende telefonemas de pessoas que estão precisando de ajuda e apoio. Tudo para não despertar suspeitas em torno de sua vida dupla. Com tantos disfarces, aqueles que convivem com a máscara, não enxergam, ou não percebem, sua face real: a de assassino.


Cega de amor


Ela é Ray (Débora Falabella). Sensível, batalhadora, trabalhando com moda, ela cria sozinha sua filha e acaba encontrando em Edu a personificação do homem ideal. Emocionalmente instável, Ray (Débora Falabella) é uma border (portadora de transtorno borderline), uma mulher que ama demais e se empenha para não enxergar nada que possa destruir seu sonho romântico. Não percebe a ‘Dupla Identidade’ de seu namorado.


“Ela só se realiza na ligação afetiva com outra pessoa. Precisa se entregar completamente ao outro para encontrar uma identidade. Já ele precisa controlar completamente o outro. Para um psicopata, viciado em manipulação, controle e poder, uma mulher com personalidade fluida se torna perfeita. Uma relação difícil para uma border, mas extremamente conveniente para o psicopata”, afirma Gloria Perez.


Os caçadores de mentes


Na busca pela resolução dos assassinatos cria-se uma força tarefa para cuidar exclusivamente desses crimes, preparada com as técnicas mais avançadas da perícia criminal. O núcleo investigativo é comandado pelo delegado Dias (Marcelo Novaes) e pela psicóloga forense Vera (Luana Piovani), que, tendo feito estágio no setor do FBI, estuda o comportamento criminoso e foi chamada para integrar a equipe. A chegada da nova colega desperta inquietação em Dias (Marcelo Novaes), e, em alguns momentos, ele se sente incomodado com sua presença, já que enxerga na solução dos casos um passaporte para o reconhecimento na carreira.


Ambos têm personalidades muito diferentes, mas, de alguma maneira, se completam. Já trabalharam juntos no passado e viveram um romance tempestuoso. Mas acabaram seguindo caminhos diferentes. Vera (Luana Piovani) é solteira, inquieta, impetuosa, explosiva, vaidosa e sedutora. Terminou o relacionamento com Dias (Marcelo Novaes) para arriscar uma carreira no Exterior. Já Dias (Marcelo Novaes) optou pela segurança do que já tinha conquistado. Introvertido, dedicado e sério, se casou, teve filhos e, ao mesmo tempo em que não compreende nem aprova as opções de vida de Vera (Luana Piovani), sente fascínio por sua independência e arrojo. Neste reencontro, há sempre uma delicada tensão entre eles, que nasce da descoberta de que a velha paixão ainda está viva, e pulsa forte.


Durante as investigações, Edu (Bruno Gagliasso) e Vera (Luana Piovani) se testam constantemente, numa disputa por superioridade intelectual. Como qualquer pintor, escritor ou compositor, um serial killer sempre deixa uma “assinatura” em seus crimes. E, mesmo lançando mão das técnicas mais avançadas da perícia criminal, Vera (Luana Piovani) sabe que existe uma única possibilidade para desvendar a identidade do assassino: sua capacidade de ler sua mente. Como os mais “competentes” seriais, Edu (Bruno Gagliasso) é mestre em apagar vestígios, mas, vaidoso, faz questão de provocar a polícia, lançando pistas, propondo um verdadeiro jogo de gato e rato, no qual por vezes não se sabe quem caça e quem é caçado.


“Nosso projeto é trazer para a TV aberta um gênero até então restrito à TV fechada: o policial de suspense e suas personagens tradicionais - o serial killer e o caçador de mentes”, explica Gloria Perez.


Fogueira das vaidades


Visto por todos como um jovem brilhante, Edu (Bruno Gagliasso) enxerga em seu emprego no escritório de advocacia de Assis (Gláucio Gomes) a oportunidade de subir na vida. Ambicioso, ele usará todas as suas artimanhas para entrar na roda de influências do senador Oto Veiga (Aderbal Freire Filho), do qual Assis (Gláucio Gomes) é assessor.


Velha raposa do universo político, Oto (Aderbal Freire Filho) dança conforme a música e não poupa esforços para articular a próxima candidatura e angariar mais eleitores. Investe pesado na criação de uma imagem de homem conservador, que exalte seu caráter, e se esforça para manter as aparências de uma família perfeita, construída ao lado da esposa, Sylvia (Marisa Orth), e de seu filho, Junior (Bernardo Mendes). Mas, nos bastidores, a realidade é bem diferente. Sylvia (Marisa Orth) está exausta por desempenhar o papel que lhe cabe na encenação e seu filho não tem orgulho algum do pai.


Como a maioria dos psicopatas, Edu (Bruno Gagliasso) é sedutor, e usa todo seu poder para conquistar não só o senador Oto (Aderbal Freire Filho), mas também Sylvia (Marisa Orth), que enxergam nele um novo talento. Um jogo de vaidades em que todos, sem exceção, defendem apenas seus interesses. Até porque, quando a questão é ter o controle e exercer o poder, não há terreno mais atraente para um serial killer.


Figurino - Imagem é tudo


Edu (Bruno Gagliasso) é vaidoso e narcisista. Como a maioria dos psicopatas, usa sua imagem para conquistar o que quer, sem poupar esforços. Este cuidado está representado também na maneira como ele se veste. Ternos muito bem cortados, camisarias, gravatas e roupas de grife fazem parte do figurino, quase sempre com um estilo chique e bem-humorado. “Tudo é muito pensado em seu visual. Mas sua personalidade camaleônica também é colocada nas roupas, já que ele se adapta de acordo com sua necessidade. Se precisar parecer um surfista, ele fará isso. Não usa nada à toa e se veste da maneira que lhe convém”, afirma Labibe Simão, responsável pelo figurino do seriado.


Os personagens de ‘Dupla Identidade’ conservam o clima realista e misterioso da trama. O estilo de Ray (Débora Falabella) reflete de alguma maneira sua instabilidade emocional. Apesar de trabalhar com moda, não é uma fashionista. “Usamos um pout pourri de roupas de brechós com o que ela vê nos seus trabalhos. Tem bom gosto, mistura tendências muito bem, mas não ostenta e não chama muita atenção. Tem estilo, mas não uma fórmula única de se vestir”, descreve Labibe.


O núcleo policial do seriado não segue uma linha única. Base importante da trama, onde tudo acontece, tem um estilo prático para o do dia-a-dia, sem ser caricato. “Usamos muito jeans, jaquetas, blazers e camisarias. Roupas que passam credibilidade, mas que aguentam o trabalho pesado de uma superintendência policial”, afirma a figurinista. Vera (Luana Piovani) é vaidosa no limite. Sua postura perante a profissão se reflete em seu visual: usa muita camisaria de seda, calça flare e blazer. Tem um estilo chique, com uma sensualidade sutil, que faz parte da sua personalidade, mas sem perder a praticidade e o respeito que sua profissão exige. Para Dias (Marcelo Novaes), o terno é quase como uma armadura. Seu figurino representa o que ele passa na sua vida: está sempre pronto ao trabalho.


No núcleo político, Oto (Aderbal Freire Filho) e Sylvia (Marisa Orth) estão sempre alinhados e prontos para qualquer ocasião. Oto (Aderbal Freire Filho) usa ternos clássicos e Sylvia (Marisa Orth) é sofisticada e elegante. Usa tons mais sóbrios, muita calça pantalona e tecidos nobres. “Ela está na linha de frente com o marido. Sempre maquiada, com o cabelo bem feito”, conclui Labibe.


Cenografia – O suspense está nas ruas e nos bairros do Rio


Para imprimir um tom ainda mais realista ao seriado, a maior parte das gravações é feita em externas, em bairros cariocas como Copacabana, Santa Teresa, Barra da Tijuca, Centro e Grajaú. No total serão mais de cem sets, entre cenários e locações. Tudo pensado em conjunto com a fotografia e o figurino para imprimir verdade, mas ao mesmo tempo manter o tom de suspense da atração. 


O cenário da Superintendência de Polícia, construído em um prédio da Barra da Tijuca, se destaca na cenografia de ‘Dupla Identidade’. São três andares que comportam uma sala de inteligência – espaço de monitoramento com telas que reproduzem imagens da cidade – salas com equipamentos técnicos de pesquisa e segurança, sala de interrogatório, laboratório de perícia, stand de tiros, sala do delegado e até a copa para a hora do café dos policiais.


“Nossos cenários e locações contribuem para dar ao espectador a sensação de mistério e suspense. Buscamos muitas locações também com esse perfil, um grande espaço para que pudéssemos montar uma superintendência. Mas fomos fiéis ao nosso conceito e não ao conceito comum às delegacias. Cenografia e produção de arte trabalharam juntos para termos um resultado que faz toda a diferença na dinâmica da trama” afirma Camila Delamônica, produtora de arte de ‘Dupla Identidade’.


Para Mauro Mendonça Filho, o maior desafio foi montar um ambiente realístico. “Cerca de 90% das nossas gravações são feitas em externas. Os apartamentos dos personagens são simples, representam a realidade das pessoas. No caso da superintendência usamos as imperfeições e limitações do espaço a nosso favor. A iluminação que vem de fora dá o tom mais pesado. A pilastra que está com um aspecto rústico foi mantida”, conta o diretor-geral.


Tecnologia 4K – Inovação em todas as fases de produção


‘Dupla Identidade’ será o primeiro seriado inteiramente gravado e pós-produzido em tecnologia 4K. Pela primeira vez, em todas as etapas que envolvem a criação de um programa na TV brasileira, desde a captação até a edição de efeitos visuais, está sendo usada a tecnologia ultra-high definition, que oferece quatro vezes mais pixels que o HD, que proporciona maior definição e qualidade de imagem e transforma imagens em experiências muito próximas do real para o telespectador.




Pioneira na adoção de novas tecnologias para a TV no país, a Globo já utiliza câmeras 4K para captação de imagens para a criação de efeitos visuais nas suas produções e recém concluiu uma instalação com o estado da arte em tecnologia 4K para finalização de programas na tecnologia UHDTV 4K. A iniciativa de usar a tecnologia no seriado partiu do próprio diretor-geral Mauro Mendonça Filho. “Como a câmera capta mais informações, ela revela todos os detalhes da gravação. Das cores ao acabamento do estúdio, passando pelos detalhes do cenário, do figurino. Revela até os reflexos nos óculos e a textura da pele dos atores. E ainda tenho mais liberdade de mudar alguns detalhes na pós-produção”, ressalta Mauro.


Pesquisas e curiosidades


Sempre muito cuidadosa nas pesquisas para seus trabalhos, a autora Gloria Perez publicou um blog especialmente para o seriado. O site – http://gloriaperez.com.br/duplaidentidade – é alimentado sempre com informações sobre o tema, curiosidades e até mesmo bizarrices que a autora descobriu durante o processo.Uma delas foi a história da romena Vera Renczi, que viveu nos anos 20 e fez 35 vítimas, todos maridos e namorados. Se fosse traída, ou notasse qualquer sinal de distanciamento, ela abria seu potinho de arsênico e os eliminava, sem dó. Depois, os enterrava no porão, onde muitas vezes sentou numa cadeira de balanço, reinando sobre os ex-amores.


Outro exemplo é a história de Rodney Alcala, que assustou a Califórnia nos anos 70. No meio da sua onda de crimes, ele se inscreveu no Dating Game, uma espécie de programa de namoro na TV americana, e acabou ganhando. Por sorte, a moça que o escolheu acabou não saindo com ele.


Histórias internacionais, personagens nacionais e curiosidades também estão no blog. O termo serial killer, por exemplo, foi criado pelo criminólogo Robert Ressler, diretor da Unidade de Ciência do comportamento do FBI na década 70. Psicopatas como Ed Gein, Peter Kurten e Jhon Gacy já foram  inspiração para filmes conhecidos como “Dragão Vermelho”, “O Silêncio dos Inocentes” e “Hannibal”.


Todas essas informações alimentaram a autora de referências para a criação dos personagens. "Durante a pesquisa, percebi que todas as séries e filmes que conhecemos de alguma maneira remetem a casos reais, mas nosso Edu (Bruno Gagliasso) não é o retrato de nenhum assassino da vida real. Ele apenas tem algumas das características e fatos acontecidos com serial killers reais, mas é um personagem da ficção”, reforça Gloria.


Webdocumentário exclusivo no Gshow


Pela primeira vez uma produção da Globo vai ter um webdocumentário exclusivo sobre o universo explorado na TV. Com apoio da direção da série, o doc vai abordar o caso dos serial killers de forma documental para destrinchar o tema retratado na tela, além de mostrar os bastidores da produção de ‘Dupla Identidade’. Mesclando cenas reais e da trama, os episódios falam sobre casos reais, como o de John Gacy, Dennis Reder, Ted Bundy e Richard Ramirez. Além disso, a rotina dos profissionais que atuam nas linhas de investigação e a evolução da Medicina e da Psicologia no tratamento dos distúrbios de personalidade também serão mostradas. O ator Bruno Gagliasso, a autora Gloria Perez, a psicóloga Ana Beatriz Barbosa, a escritora Ilana Casoy, a perita Rosangela Monteiro, o delegado Rodrigo Oliveira, o pesquisador de neurociências Ricardo de Oliveira e a psiquiatra forense Hilda Morana estão entre os entrevistados. Mais informações: http://gshow.globo.com/programas/dupla-identidade/index.html.




Entrevista com a autora Gloria Perez




“Todos nós temos a curiosidade de entender como funcionam essas mentes, que são tão humanas, mas tão diferentes do que a gente considera humano.”




Como surgiu o projeto de um seriado sobre um serial killer?


Surgiu da observação de que este gênero do suspense psicológico estava ausente da TV aberta. Sempre fui fã das séries e da literatura policial. E nesse momento há uma busca da emissora por novas propostas. Todos temos curiosidade de entender como funcionam essas mentes, que são humanas, mas tão diferente do que a gente considera humano.




Como foi sua pesquisa e as referências usadas para o desenvolvimento da trama?


Foi bem ampla. Como percebo que é ampla a pesquisa que todas essas séries internacionais realizam. Busquei referências desde a psiquiatria até a neurociência, passando por casos reais de assassinos em série conhecidos do grande público. Conversei com profissionais da área, com psiquiatras, psicólogos forenses, profilers criminais, peritos e policiais comuns, além de consultar livros e observar como outras séries e filmes trataram o tema.    O que mais me inspirou, na composição do Edu (Bruno Gagliasso), foram as entrevistas dos próprios serial killers e das pessoas que conviveram com eles ou conseguiram identifica-los. Como em todos os meus trabalhos, gosto de ouvir diretamente da fonte.




O que atrai e inspira você neste gênero investigativo? Por que um suspense?


O atraente é que, nesse caso, caçar o criminoso implica em descobrir e seguir os rastros deixados pela sua mente. Não queremos defender teses nem especular sobre o porquê Edu (Bruno Gagliasso) é assim. Ele simplesmente é. A intenção é proporcionar entretenimento para que todos possam curtir um bom suspense psicológico.




Como é desenvolver uma trama em que o assassino é apresentado desde o começo? Qual a fórmula para manter o suspense em todos os capítulos?


O suspense não está em quem matou, mas sim no jogo de gato e rato travado entre o serial killer, suas vítimas, a sociedade e a polícia. O nosso enfoque é a mente do psicopata: quem será a próxima vítima? Qual será o próximo passo? Será que a polícia consegue prendê-lo? Como ele consegue enganar tanta gente? Mostrar como ele se mantém perto de nós sem que ninguém perceba, e através da observação de detalhes sutis, os caçadores de mente conseguem chegar a ele.




Como surgiu a ideia de contar no seu blog o processo de pesquisa de ‘Dupla Identidade’?


As pessoas sempre demonstram muita curiosidade em saber como acontece o processo de criação das minhas novelas e séries. Há anos venho postando sobre isso no meu blog pessoal, e achei que valia a pena começar a organizar isso a partir deste seriado. Lá disponibilizo de uma maneira geral algumas referências: falo sobre o que li, estudei e vi para criar o Edu (Bruno Gagliasso) e a trama que o envolve. Mostro desde casos reais até curiosidades. É um espaço de troca não só com meu público, mas também com todos que de alguma maneira estão envolvidos na produção.




Além dos psicopatas você aborda também o transtorno de borderline através da personagem Ray. Veremos como se comportam os mais próximos aos psicopatas?


Durante o processo de pesquisa percebi que psicopatas costumam atrair mulheres com uma particularidade típica do border: uma personalidade fluida. Mulheres como Ray (Debora Fallabela), que constroem sua identidade através de uma entrega total ao outro. Isso é tudo o que um psicopata busca: o poder sobre o outro. Encontrei também, na internet, pessoas que sofrem com isto e dialogam com o público através de vídeos. Fiz contato com eles e aprendi mais sobre o sofrimento que é viver com esse transtorno.




‘Dupla Identidade’ terá um pé na fantasia?


Tanto quanto todas as séries do gênero que adoramos ver na TV a cabo. O tema serial killer não é uma fantasia. Nem a maneira como os caçadores de mentes chegam a eles. A fantasia maior está na rapidez com que eles são pegos, nas séries de TV: algumas temporadas, se muito. Na vida real eles ficam na ativa durante 20, 30 anos, e às vezes morrem sem que ninguém os descubra.




Você mostrará o processo investigativo dos assassinatos. O telespectador conhecerá a fundo a maneira como a polícia trata e investiga casos como este?


O núcleo investigativo é o coração da trama. Temos a polícia, que busca identificar o criminoso através de pistas concretas: DNA, fibras etc. E os caçadores de mentes, especialização de Vera (Luana Piovani), que buscam as pistas não materiais – aquelas deixadas pela mente do assassino.




O que o público pode esperar do seriado?


Muito suspense, mistério e emoção. Esperamos que as pessoas encontrem o que buscam em todas as séries, filmes e livros do gênero: uma boa diversão. E que o pessoal que ainda não foi apresentado se apaixone pelo gênero e curta muito o jogo de gato e rato proposto pelo Edu (Bruno Gagliasso).




Entrevista com o diretor Mauro Mendonça Filho




O mal existe e ele pode se camuflar. ‘Dupla Identidade’ fala sobre isso, mostrando uma caçada policial a esse assassino. Queremos que o público fique grudado nesse suspense psicológico.”




Dupla Identidade vai muito além do gênero policial e engloba o lado psicológico do protagonista. Como essa abordagem vai ser percebida no seu trabalho?


A gente quer apresentar uma história onde o mal existe e pode estar entre nós. Edu (Bruno Gagliasso) é o mal. É um psicopata grave, um assassino que precisa ser detido. Não optamos por tentar entender sua cabeça, sua mente, mas sim mostrar como age. É bem trabalhoso para o diretor, mas também muito prazeroso, administrar as várias tensões provocadas em cena nesse série. Queremos instigar o público nessa busca do serial killer por suas vítimas, seu poder de manipulação e o jogo de gato e rato entre o serial killer e a polícia.




Como foi a escalação do elenco?


O Bruno (Gagliasso) sempre quis fazer o papel do Edu. Fizemos testes com outros atores, mas não tivemos dúvidas: ele foi brilhante e fez o Edu que queríamos. A escolha da Débora Falabella também foi muito acertada. Ela faz a Ray lindamente e se encaixa perfeitamente na empatia que precisamos para uma personagem borderline, que é manipulada pelo serial killer. A Luana Piovani e Marcelo Novaes dão o tom exato dos investigadores que procurávamos. Marcelo acrescentou seriedade e presença ao Dias, um personagem mais sério do que está acostumado. E a Luana deu porte, e uma exuberância sensual na medida ideal à personagem da psiquiatra forense. Contamos ainda com a nobre presença do diretor/ator Aderbal Freire Filho como o senador Oto e Marisa Orth como sua esposa Sylvia. Ambos dão o tom perfeito ao núcleo político, que fazem de tudo para manter as aparências. É um time de primeira.




Grande parte das gravações do seriado foi feita em externas. Em que as externas acrescentam no projeto? Como foi a escolha das locações?


Boas locações trazem sempre vigor para qualquer trama. Elas nos tiram do lugar comum, do lugar idealizado, projetado em demasia. Gera uma busca pela realidade, crucial para o seriado. ‘Dupla Identidade’ se passa em um Rio de Janeiro mais “heavy”. Queríamos sair do clichê do lado pitoresco, carnavalesco da cidade. O mesmo sol que ilumina também gera sombras. Nosso bairro é Copacabana, um local que pode ser identificado com qualquer bairro do mundo. É um diferenciador do projeto, apostamos muito nisso.




Conte um pouco sobre a estética cinematográfica de ‘Dupla Identidade’.


Formamos uma equipe híbrida de TV e cinema, o que traz o melhor dos dois universos. A linguagem de seriado é a verdadeira interseção entre as linguagens de TV e cinema. Estamos buscando uma estética elegante, uma paleta de cores mais frias, uma luz sempre vindo de fora para dentro, figurinos e cenários sem exageros. É uma criação conjunta, em que forma e conteúdo seguiram de mãos dadas desde o início.




O seriado será o primeiro inteiramente gravado e pós-produzido em tecnologia 4K. O que isso representa para o projeto?


Quando gravamos em 4K tudo é muito mais nítido, imprime mais. Mas também temos uma gama muito maior de possibilidades na pós-produção. Tenho recursos para mudar inteiramente a fotografia, depois que o material já está filmado. Quando fiz a proposta à direção, de produzirmos em 4K, pensei na imensa qualidade que poderíamos agregar à imagem da empresa, se formos bem sucedidos. O 4K não é mais o futuro, é o presente.




A trilha sonora de ‘Dupla Identidade’ também será especial?


Sim. Teremos um suspense que promete ilustrar bem esse universo sombrio. Optei por uma trilha híbrida, que mistura composições e climas semi-eruditos compostos pelo Iuri Cunha e temas de heavy metal,compostos pelo Andreas Kisser e tocadas pelo Sepultura. É um luxo poder contar com a música deles para ilustrar esse universo.




O que o público pode esperar do seriado?


O seriado mostra uma perseguição policial a um psicopata grave, um serial killer. Assassino de mulheres, disfarçado de bom moço. É dever de todo narrador comunicar ao público todas as emoções que existem na história. O tema é sombrio, mas o gênero é ótimo de assistir. Queremos que o público não saia de casa nas sextas-feiras, que fique grudado em ‘Dupla Identidade’.




QUEM É QUEM – DUPLA IDENTIDADE


Eduardo Borges – Edu (Bruno Gagliasso) – Aos olhos de todos Edu é um jovem, atraente, sedutor, alegre, carinhoso, sensível, confiável e elegante. Coleciona tantas qualidades para esconder a verdade: é um criminoso sádico, um predador frio e calculista. Um serial killer. Namorado de Ray (Débora Falabella).


Ray (Débora Falabella) – Ray é solteira, tem uma filha pequena é competente e batalhadora. Mas torna-se muito vulnerável pela instabilidade emocional causada pelo transtorno de personalidade borderline. Edu (Bruno Gagliasso) a manipula através dessa vulnerabilidade. Ray é a mulher que vive sozinha uma grande história de amor. O conto de fadas que só existe pra ela.


Vera (Luana Piovani) – Psicóloga forense, se especializou no FBI em Ciência Comportamental e foi chamada para reforçar a equipe no caso dos assassinatos em série, trabalhando com o delegado Dias (Marcelo Novaes). E assim reencontra uma velha paixão, que, para complicar a vida de ambos, teima em se manter acesa. 


Dias (Marcelo Novaes) – Casado, pai de dois filhos, é o delegado responsável pelos casos dos assassinatos em série. Introvertido, dedicado, sério, deseja chegar ao cargo de Secretário de Segurança. Enfrenta conflitos domésticos com a chegada de Vera (Luana Piovani) à equipe.


Oto Veiga (Aderbal Freire Filho) – Velha raposa do universo político, o senador dança conforme a música e faz de tudo para conseguir se reeleger. Casado com Sylvia (Marisa Orth) e pai de Junior (Bernardo Mendes), age sempre pensando em manter as aparências e angariar mais votos. Vai achar Edu um jovem inexperiente e fácil de manipular


Sylvia (Marisa Orth) – Casada com Oto Veiga (Aderbal Freire Filho), e mãe de Junior (Bernardo Mendes), está exausta por desempenhar o papel de esposa de político.

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