domingo, 25 de outubro de 2015

Yentl estréia em São Paulo no Teatro Porto Seguro. O espetáculo musical é baseado na obra Yentl – The Yeshiva Boy, de Isaac Bashevis Singer (1902-1991) e no filme homônimo estrelado por Barbra Streisand, em 1983. No palco, Alessandra Maestrini, que também assina o roteiro e direção é acompanhada pelo pianista João Carlos Coutinho.

Teatro Porto Seguro recebe musical estrelado por Alessandra Maestrini


O que você faria se fosse proibido estudar, fazer suas próprias escolhas ou até mesmo questionar? Esse é o mote do espetáculo Yentl Em Concerto com a cantora e atriz Alessandra Maestrini que entra em cartaz no Teatro Porto Seguro em curta temporada de 3 a 24 de novembro, sempre às terças-feiras, às 21h.

O espetáculo musical é baseado na obra Yentl – The Yeshiva Boy, de Isaac Bashevis Singer (1902-1991) e no filme homônimo estrelado por Barbra Streisand, em 1983. No palco, Maestrini, que também assina o roteiro e direção é acompanhada pelo pianista João Carlos Coutinho.

A atriz interpreta as canções do filme, compostas por Michel Legrand e com letras de Alan e Merilyn Bergman. Entre uma canção e outra, conta a história da jovem Yentl sob seu ponto de vista. “Eu faço uma introdução contextualizando a história. Conto sua trajetória, exatamente como é, mas  sob o meu ponto de vista, com a minha marca. Assim, costuro o roteiro com emoção, humor, questionamento e o encantamento que senti ao entrar em contato com este conto”, fala Maestrini.
A trama acontece no início do século 20. Yentl perde o pai, Rebe Mendell, que lhe ensinava as sagradas escrituras; o que era proibido às mulheres da época. Decidida a desafiar o destino que lhe condenava a permanecer na ignorância de Deus, do mundo e de si, traveste-se de homem e segue para Yeshiva. Lá se apaixona por Avigdor, seu colega de estudos, e precisa descobrir até que ponto está disposta a abrir mão de sua identidade.

Yentl – The Yeshiva Boy é um conto de Isaac Bashevis Singer que, em 1983, foi adaptado para o cinema tendo como protagonista a cantora e atriz Barbra Streisand. O filme ganhou, em 1984 o Oscar de melhor trilha sonora adaptada, Globo de Ouro de melhor filme musical e melhor direção, para Streisand, que também assinava o roteiro. Esta película é um dos maiores sucessos do cinema, um ícone do gênero musical.

Com interpretação intensa e visceral, Maestrini traz à tona os questionamentos de Yentl acerca da sexualidade e da sociedade da época. O tema delicado é abordado com leveza e até doses de humor, traços característicos da trajetória da artista. “É importante e libertador poder falar de temas que nos tocam diariamente como estes. E, uma vez que se aborda o assunto com respeito e compaixão nos permitimos rir e chorar em cumplicidade com todos os envolvidos.”

A atriz não segue um texto fixo permitindo-se entrar e sair da história e até mudar a maneira de contá-la a cada apresentação. “Neste sentido, o espetáculo é um pouco stand-up. Não tem a quarta parede. Meu diálogo é direto com o público. E isto também é muito gostoso e especial”, completa.

Ficha técnica:
Idealização, roteiro, direção e intérprete: Alessandra Maestrini
Direção Musical e ao Piano: João Carlos Coutinho
Músicas: Michel Legrand
Letras: Alan & Marilyn Bergman
Figurino: Fábio Namatame
Visagismo: Wilson Eliodoro
Som: Mario Jorge Andrade
Assessoria de imprensa: Aline Salcedo
Fotografia: Priscila Prade
Diretor de Produção: Jorge Elali
Produtora Assistente: Carla Schvaitser
Produção e realização: Maestrini Produções
Serviço:
YENTL EM CONCERTOEstreia 3 de novembro, terça-feira, às 21h no Teatro Porto Seguro.
Al. Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elísios – São Paulo. Telefone (11) 3226.7300.
Capacidade: 484 lugares
Ingressos: R$ 80,00 (Plateia) e R$ 60,00 (Balcão/Frisas)
Clientes Porto Seguro têm 50% de desconto na compra de 1 ingresso + acompanhante
Formas de pagamento: Todos os cartões de crédito e débito.
Acessibilidade: 10 lugares para cadeirantes e 5 cadeiras para obesos.
Estacionamento no local: Estapar R$ 20,00 (self parking).
Serviço de Vans: TRANSPORTE GRATUITO ESTAÇÃO LUZ – TEATRO PORTO SEGURO – ESTAÇÃO LUZ. O Teatro Porto Seguro oferece vans gratuitas da Estação Luz até as dependências do Teatro. COMO PEGAR: Na Estação Luz, na saída Praça da Luz/Rua José Paulino, vans personalizadas passam em frente ao local indicado para pegar os espectadores. Para mais informações, contate a equipe do Teatro Porto Seguro.
Ingresso Rápido - Compre o seu ingresso online
Um maravilhoso espetáculo de emoções e muito mais! Somos mais do que a venda de ingressos. Divulgamos cultura e entretenimento para todo o Brasil.
Facebook: facebook.com/teatroporto
Instagram: @teatroporto

Duração: 75 minutos
Classificação: 12 anos
Temporada: Terças-feiras, às 21h. Até 24 de novembro.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Estréia em SP um espetáculo interessantíssimo e denso " UMA ESPÉCIE DE ALASCA ".

Uma Espécie de Alasca, texto do nobel Harold Pinter inspirado na obra de Oliver Sacks, estreia em temporada dia 30 de outubro no MASP




Yara de Novaes, recém premiada por Contrações, vive personagem que dormiu por 29 anos quando foi cuidada por sua irmã, Miriam Rinaldi (Teatro Vertigem) e pelo cunhado vivido por Jorge Emil - sob direção de Gabriel Fontes Paiva




Depois de sua bem sucedida participação no Festival Cultura Inglesa, peça ganha prêmio Zé Renato para realizar sua primeira temporada. O espetáculo estreia em dia 30 de outubro, sexta-feira às 21h no teatro do MASP.




Em coma há 29 anos após contrair a doença do sono (encefalite letárgica), Débora acorda com a mente de 16 anos de idade. Sua irmã Paulinha e seu cunhado, o médico dedicado Hornby, cuidaram dela ao longo de todo esse tempo. A inspiração do inglês Harold Pinter para a peça veio da leitura do livro "Tempo de Despertar”, do renomado neurologista Oliver Sacks, o qual apresenta casos de pessoas suspensas por décadas da vida, de repente de volta ao mundo em função de testes com um novo tipo de medicamento, descoberto na década de 1960.




Pinter compreendeu aqueles pacientes até mais do que seus próprios médicos, segundo eles próprios observaram depois de assistir a primeira montagem do texto. "Por motivos explicados apenas pela espiritualidade ou sensibilidade de um gênio, o dramaturgo não precisou conversar com Sacks, nem visitar o hospital onde os doentes ficavam para entender a fundo sua alma. Isso mostra como o teatro pode mergulhar no inconsciente, resgatando de lá, sem juízo de valor, nossa mais sincera humanidade", comenta o diretor Gabriel Fontes Paiva que assina também a adaptação. "O que me capturou nesse texto foi o quanto ele é profundo para tratar questões existenciais utilizando como ponto de partida um caso real."




Antes de sua morte em 30 de agosto deste ano, Oliver Sacks anunciou em fevereiro de 2015, em um artigo no New York Times, que em breve nos deixaria por conta de um estágio avançado de câncer. Ele surpreendeu quando ao invés de se lamentar ou relembrar com nostalgia sua genial trajetória, dizer que se sente agradecido pela oportunidade de se despedir da vida. “Nos últimos dias, tenho sido capaz de ver a minha vida a partir de uma grande altitude, como uma espécie de paisagem.”, entendimento raro da existência foi conquistado por uma vida dedicada ao estudo neurológico do ser humano. Sacks que conseguiu sem precedentes transformar casos médicos em best-sellers por meio de um talento nato para escrita trouxe notoriedade a questões prioritariamente de interesse médico.





“Despertando”, sua obra que apresenta pessoas que ficaram por décadas suspensas da vida e retornaram após a descoberta de um medicamento, permitiu um novo e profundo olhar sobre as questões existenciais. Isto ocorreu em tamanha proporção que gerou no dramaturgo agraciado pelo Nobel a vontade de escrever uma peça inspirada em outra obra. “Um dia acordei com a sensação estranha de estar em um lugar e tempo distintos lembrei do livro do Oliver Sacks que tinha lido a quase uma década e escrevi “Uma Espécie de Alasca”.




Um ambiente para um coletivo


Outra coisa que chama a atenção dessa montagem é a reunião inusitada de grandes artistas.  Alguns experimentando novas funções, outros pela primeira vez no teatro. O que não é o caso dos três atores. Veteranos, reconhecidos e premiados terão o desafio de interpretar personagens complexos como alguém que dormiu por 30 anos, um médico que dedicou a vida inteira para descobrir a cura de uma doença e uma mulher que abriu mão da própria vida para cuidar da irmã.  “Yara, Miriam e Jorge são artistas genuínos que gostam de se aventurar em territórios ainda não explorados porque sabem que é no risco que podemos avançar mais.” Comenta o diretor. Luiz Duva um dos principais representantes brasileiros de vídeoarte, performance e novas mídias será responsável pela concepção de vídeo da peça. Luisa Maita um dos nomes mais encenados da nova MBP, teve sua primeira inserção em trilha sonora no tão comentado filme “Boyhood”. Maita possui grande reconhecimento nos EUA e com direito a apresentações esgotadas no Lincoln Center de nova York e primeiro lugar de vendas no iTunes em world music. Quem assina com ela a trilha é outro músico também reconhecido internacionalmente e que recebeu prêmio de melhor trilha sonora em Gramado, Jam da Silva. A troca de papéis fica por conta de Débora Falabella que fará o figurino do espetáculo. “São Pessoas que tenho muita afinidade artística e que trabalho há anos em projetos de música. A Débora, por exemplo, sempre contribuiu muito em figurinos com o Grupo 3, (companhia de Gabriel, Yara e Débora), era a hora de assinar um sozinha.” Comenta Gabriel.




Ficha técnica


Autor: Harold Pinter 


Direção: Gabriel Fontes Paiva


Elenco: Yara de Novaes, Miriam Rinaldi e Jorge Emil


Concepção Audiovisual : Luiz Duva


Musicas e Arranjos: Luisa Maita e Jam Da Silva


Iluminação: Andre Prado e Gabriel Fontes Paiva


Figurino: Débora Falabella e Marina Aretz


Cenotécnico: Tadeu Tosta


Operador de som: Thiago Rocha 


Aulas de Foxtrot: Magoo Grande


Assessoria de imprensa: Pombo Correio


Planejamento de Projeto: Luana Gorayeb 


Direção de produção: Marlene Salgado


Produtores Associados: Marlene Salgado e Gabriel Paiva


Realização: Fontes Realizações Artísticas


Uma Espécie de Alasca foi inspirada em “Despertando” de Oliver Sacks, que teve sua primeira publicação em 1973 por Gerald Duckworth e Cia. 




Serviço




MASP – Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand


Auditório MASP Unilever


Avenida Paulista, 1578  - São Paulo - SP 




informações: 3149 5920 








Temporada: de 30 de outubro a 29 de novembro de 2015


Sextas e sábados às 21h00; domingos às 20h00


Ingressos: R$ 20,00


Duração: 60 minutos


Capacidade do Auditório MASP Unilever: 374 lugares


Indicação etária: 12 anos




BILHETERIA


Terça a domingo: das 10h às 17h30


quinta-feira: das 10h às 19h30


Em dias de espetáculo nos auditórios, a bilheteria funcionará até o horário de início da apresentação




vendas pela internet: www.masp.org.br


Forma de pagamento: dinheiro, débito e crédito a vista




ESTACIONAMENTO CONVENIADO


PROGRESS PARK -  Avenida Paulista, 1636


CAR PARK - Alameda Casa Branca, 41




RESTAURANTE MASP


atendimento de segunda à sexta das 12h às 15h. sábados e domingos das 12h às 16h.


telefone para reservas: 3253 2829


local: segundo subsolo do MASP 



Nova peça teatral MERGULHO TRAZ AOS PALCOS paulistanos nomes talentosos e dramaturgia vigorosa. Não perca!

Mergulho, novo espetáculo da Companhia Delas de Teatro, com direção de Silvana Garcia estreia para público dia 15 de outubro no Viga Espaço Cênico

Espetáculo inédito é livremente inspirado no romance "Hotel Mundo" da escritora escocesa Ali Smith e tem coordenação dramaturgia de Cássio Pires.
A trama rendeu à autora o Scottish Arts Council Book of the Year Award 2002

Mergulho, 10ª peça da Companhia Delas, que este ano completa 14 anos de atividades, apresenta quatro personagens femininas afetadas pela morte de Sara Wilby, camareira do Hotel Global. A narrativa é composta pelas vozes dessas personagens: uma jornalista, uma jovem estudante de música, a irmã da camareira, além da própria morta, que trava um diálogo consigo mesma, numa espécie de auto investigação de si e da própria morte.

A montagem foi construída a partir de uma minuciosa pesquisa para a criação de uma espécie de quebra-cabeça dramatúrgico, feito em muitas mãos: das atrizes, da diretora e do dramaturgo Cássio Pires. A montagem conta ainda com a seguinte equipe de criação: Mira Haar nos figurinos e direção de arte, Marisa Bentivegna na iluminação e na cenografia e Arthur Decloedt na trilha sonora.


Sinopse
Um acidente bizarro afeta a vida de quatro mulheres que, a partir de então, têm suas histórias entrelaçadas em encontros reais ou imaginários. Livremente inspirado no romance "Hotel Mundo" de Ali Smith.

Sobre a encenação
As atrizes, juntamente com a equipe de criação, fizeram uma delicada investigação no sentido de criar uma estrutura dramatúrgica que proporcione o encontro com essas quatro personagens. O público, acompanha as descobertas e os mistérios a respeito de um fato, sempre a partir dessas mulheres, com suas visões únicas de um mesmo acontecimento.

A diretora Silvana Garcia (que levou o Prêmio Shell deste ano pelo espetáculo ‘Não vejo Moscou da janela do meu quarto’) traz uma atmosfera de realismo fantástico para as cenas. A coexistência de situações diversas, os cortes no tempo, a sobreposição dos ambientes habitados pelas personagens e um cenário híbrido fazem parte das opções da encenadora para criar a peça.

Mira Haar, atriz, artista plástica e figurinista, que é parceira em todos os espetáculos do grupo, será responsável pela elaboração do figurino. Marisa Bentivegna fará o desenho de luz que será um elemento fundamental e que deverá caminhar junto com a cenografia, também feito por ela, criando uma atmosfera de mistério, fantasmagórica, repleta de climas, nuances e desenhando espaços. Por fim Arthur Decloedt que em uma primeira parceria com a Companhia, conceberá a trilha do espetáculo que irá contribuir juntamente com a construção dos climas, nuances das narrativas e das personagens, explorando as texturas e as várias possibilidades sonoras que podem existir nos ambientes do hotel.


Sobre a Companhia Delas
A Companhia Delas vem desenvolvendo um trabalho de reconhecido valor artístico há mais de dez anos, sempre trabalhando com diretores de grande relevância na cena teatral paulistana como Eric Lenate, Nelson Baskerville, Carla Candiotto, Mira Haar, Ana Roxo, entre outros. Durante sua trajetória, a Companhia vem se definindo como um grupo de linguagem atual, trazendo para o teatro um público jovem, muitas vezes avesso ao teatro, mas que encontra representatividade e interesse nos espetáculos da Companhia Delas. A Companhia Delas, composta apenas por mulheres, se deparou com personagens femininas muito instigantes. Para cada uma delas Ali Smith criou uma sintaxe específica, criativa e representativa de uma visão de mundo. Mais que isso, cada uma delas é um mundo: um ponto de vista.

Sobre a escritora Ali Smith
Nascida em Inverness, na Escócia, em 1962, Ali Smith é conhecida por seus contos magistrais, embora tenha escrito não menos impactantes romances, peças de teatro e, mais recentemente, Artful (2013), um híbrido de ensaio e ficção em que a autora parece arrematar seu projeto de dissolução das fronteiras entre os gêneros literários. Talvez por essa “permeabilidade”, somada à sua ousadia e inovação, Smith é considerada uma das mais importantes ficcionistas de língua inglesa em atividade, e é frequentadora assídua de premiações literárias. Hotel Mundo (2001), finalista dos importantes Booker Prize e Orange Prize e vencendor do Scottish Arts Council Book Award e do Encore Award, é o segundo romance da autora, publicado no Brasil em 2009 pela Companhia das Letras.  (trecho escrito por Sofia Mariuttti, editora da Companhia das Letras).

Serviço
Viga Espaço Cênico – Rua Capote Valente, 1323 – Pinheiros. Telefone: (11) 3801 1843
Temporada: Estreia dia 15 de outubro (quinta a domingo até 25 de outubro).
Pré-estreia dia 14 de outubro.

Reestreia dia 10 de novembro (quartas e quintas até 10 de dezembro)
Horários: Quinta à sábado as 21h e domingos às 19h
Quando a temporada for apenas quartas e quintas, sempre as 21h.
Preços: R$ 20 (meia R$10)
Censura: 14 anos
Duração: 80 minutos

Ficha Técnica
Direção Silvana Garcia
Coordenação dramatúrgica Cássio Pires
Elenco: Fernanda Castello Branco, Julia Ianina, Lilian Damasceno, Thais Medeiros
Assistência de Direção Maria Tuca Fanchin. Iluminação e Cenografia Marisa Bentivegna Figurinos Mira Haar Trilha sonora Arthur Decloedt
Preparação e Desenho de Movimento Fabricio Licursi
Produção: Companhia Delas de Teatro



quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Aclamado por crítica e público em sua temporada no Rio de Janeiro, no Teatro Poeira, espetáculo faz junção de música, dança e teatro e mostra o comovente encontro entre uma bailarina e um maestro


Um maestro e uma bailarina convivem em um espaço indefinido, amplo e lúdico, alternando momentos de amor e loucura. O casal sabe que há fragmentos que os unem – mas paira entre eles a ameaça constante da perda de memória. Apenas música e dança podem curá-los.
A peça foi escrita por Dib Carneiro Neto a pedido da diretora Kika Freire, que sempre quis fazer um espetáculo abordando o tema: “Assistindo a um filme, há cerca de 12 anos, chegamos ao final com uma surpresa: o perdão ao assassino e a condenação ao louco. Me indignei! Logo em seguida tive acesso ao trabalho da Dra. Nise da Silveira e mergulhei no "inconsciente profundo", concêntrico, dilatado, louco e são, onde afeto é capaz de movê-lo por dinâmicas impensadas pela psiquiatria clássica. A partir daí, comecei a gerar Pulsões”.
A diretora apresentou a ideia de montagem do espetáculo à Primeira Página Produções. “A ideia foi imediatamente aceita pela equipe da Primeira Página. Montamos o projeto e estamos realizando o espetáculo. Pulsões trata de tema espinhoso e consideramos importante abordá-lo. O espetáculo ganhou roupagem lúdica, leve, delicada e estamos muito felizes com o resultado”, declara Maria Siman, coordenadora de produção.
O trabalho da psiquiatra Nise da Silveira serviu de inspiração para a composição de um espetáculo multirreferencial, mesclando teatro, música e dança para abordar temas complexos de uma forma delicada. Ampliando o campo de comunicação, é possível adentrar num universo particular que não pode ser traduzido em palavras, apenas. O amor é revelado como propulsor de uma nova linguagem, como instrumento de expressão. Sem julgamentos ou pretensão de compreender/apreender, o espectador é guiado por um mundo transgressor e belo. Afinal, não encontramos limites quando arte e loucura se encontram. “Sem a relação de uma pessoa com a outra, não há cura possível”, escreveu a psiquiatra. Para questionar a repulsa com que a patologia psíquica é vista, a proposta aqui é mostrar as afecções que a Dra Nise nomeou de “emoção de lidar”. Para tanto, ela mesclou ao texto música e dança, ambos elementos que fazem parte das formações dos personagens vividos pela atriz e bailarina Fernanda de Freitas e pelo ator Cadu Fávero. 
Premiada atriz no cinema (“Malu de Bicicleta”) e indicada duas vezes ao prêmio APTR, Fernanda, que desde 2011 está no ar no seriado “Entre Tapas e Beijos”, da TV Globo, é bailarina clássica desde os 8 anos de idade. Na peça, o atravessamento da arte entra como mais uma forma de dialogar com seu parceiro de cena, Cadu Fávero. “O texto chegou para mim através da Kika, grande amiga com quem danço há dez anos, e como a dança faz parte da minha vida consegui trazer com facilidade os movimentos para a cena”, diz. Sobre os limites do amor entre os personagens, Fernanda completa: “Para tudo tem que ter limite, mesmo que seja como forma de proteção. Mas quando a gente se apaixona, chegamos à beira da loucura. Já o amor, é mais leve, mais bailarina.”
Já o ator, fundador da “Companhia Livre de Teatro”, ao lado de Luisa Thiré, usa do conhecimento de carreira em TV, teatro e cinema, para despertar o questionamento entre a loucura e a razão. “Qual o limite aceitável para a loucura? Nenhum! Se eu tiver que me rasgar inteiro, dilacerar meu coração, passar por cima das minhas certezas e dos meus "achismos" para servir com amor, e auxiliar na construção do sonho de outro ser humano e, nesse caso, minha amada Kika Freire. Farei!”, afirma Cadu.
A música é peça fundamental na história. No palco João Bittencourt e Maria Clara Valle tocam ao vivo o piano e o violoncelo. Como resume o diretor musical Marco França, “Aqui a música tem uma função dramatúrgica, ela é a cena, o subtexto. Ela permite ao público enxergar as coisas de uma outra forma.”
O figurino foi assinado por Teca Fichinski, premiada com o APTR e Shell, em 2012, além de estandarte de ouro em 2009 pela comissão de frente da escola de samba Vila Isabel.
Por meio de elementos visuais de extrema força poética, uma trilha sonora instigante e intrigante e uma dramaturgia atemporal e nada linear, o espetáculo convida o espectador a refletir sobre sua própria singularidade. Segundo o autor, "Que sirva a cada um como uma tentativa de mergulho nas próprias profundezas e delicadezas. Como uma vertigem cênica revolvendo nossas fragilidades mais inconfessáveis. Como um oásis de imaginação irrefreável em meio ao pragmatismo concreto de nosso cotidiano. Música e dança indissociáveis do teatro e, portanto, da vida e da morte. Para vocês, e com vocês, uma bailarina e um maestro", declara Dib Carneiro Neto.
PULSÕES


Teatro Sergio Cardoso


Sala Paschoal Carlos Magno (144 lugares)


Rua Rui Barbosa, 153. Bela Vista


Bilheteria: 3288.0136


 De segunda a sábado, das 14h às 17h, para vendas antecipadas. De segunda a domingo, das 14h até o início do espetáculo. Aceita todos os cartões.
Vendas:  www.ingressorapido.com e 4003.1212



Sexta a Domingo às 20h
Ingressos:


Sexta R$ 30 | Sábado e Domingo R$ 60
Duração: 50 minutos
Recomendação: 14 anos
 Estreia dia 18 de Setembro
Curta Temporada: Até 18 de Outubro
"A loucura está profundamente ligada ao desamor. Só o amor salva alguém da loucura" - Nise da Silveira
Ficha Técnica:
Texto: Dib Carneiro Neto
Direção: Kika Freire
Elenco: Fernanda de Freitas e Cadu Favero
Direção musical e Trilha sonora: Marco França
Piano: João Bittencourt
Violoncelo: Maria Clara Valle
Iluminação: Fran Barros
Cenários e Figurinos: Teca Fichinski

Caracterização: Rose Verçosa

Fotografia e Programação Visual: Victor Hugo Cecatto

Direção de Produção: Paula Salles

Coordenação Geral: Maria Siman

Produção Executiva: Joana D`Aguiar

Realização: Primeira Página Produções Culturais

Assessoria de Imprensa: Lu Nabuco Assessoria em Comunicação
Destaques da Crítica

“Kika Freire criou montagem envolta em carga onírica e impulsionada por força emocional. (...) Fernanda de Freitas com segurança vocal e sensibilidade interpretativa, a atriz projeta o melhor do texto”.
Macksen Luiz – O GLOBO - 19.06.2015
“O texto poético do Dib, trabalhado como ourivesaria na encenação circense de Kika, virou um dos espetáculos mais belos e intrigantes que vi nos últimos tempos. (...). Tudo me encantou em Pulsões – as interpretações de Fernanda de Freitas e Cadu Fávero (ela é ótima, mas na segunda-feira, dia da apresentação para convidados, ele arrebentou), a direção musical de Marco França, a iluminação de Fran Barros, a cenografia e os figurinos de Teca Fichinski, tudo se combinou para criar um universo mágico, no limite da arte e da loucura. (...)
Luiz Carlos Merten – ESTADÃO - 18.06.15
“O drama de Dib Carneiro Neto se equilibra entre uma intensa carga poética e diálogos emocionalmente arrebatado do início ao fim. (...). Nesse ambiente carregado de sensibilidade, Fávero e Fernanda estabelecem boa contracena — ela, especialmente, revela tato na extração de arroubo e fúria de sua insuspeita aparência de frágil bailarina.”

Rafael Teixeira – Revista Veja Rio – 6.07.2015
“Texto belíssimo, impregnado de dor e lirismo, virulento e delicado, e cujo principal mérito talvez consista em nos propor um olhar mais atento às nossas próprias patologias, “Pulsões” recebeu um tratamento cênico em total sintonia com o material dramatúrgico. Kika Freire assina a direção de um dos mais significativos espetáculos da atual temporada. Fernanda de Freitas e Cadu Fávero exibem performances absolutamente irretocáveis, tanto do ponto de vista do universo gestual quanto no que concerne ao texto articulado. Além disso, evidenciam aquele tipo de cumplicidade que só existe quando a confiança é total. (...) A ambos, portanto, agradeço a maravilhosa noite que me proporcionaram. (... considero primorosa a contribuição de todos os profissionais envolvidos nesta mais do que oportuna empreitada teatral – Fran Barros (iluminação), Teca Fichinski (cenário e figurinos), Rose Verçosa (caracterização), Victor Hugo Cecatto 9fotografia e programação visual) e Marco França (direção musical e trilha sonora). E gostaria de enfatizar a maestria dos instrumentistas João Bittencourt (piano) e Maria Clara Valle (violoncelo) – o primeiro mantém com o instrumento uma relação tão visceral e delicada que imagino ser a mesma que dedica a uma pessoa amada”.
Lionel Fischer (Crítico e professor de Teatro) – Blog - 18/06/15 
“Cenário e iluminação, parceria fantástica dessa obra de arte que é Pulsões, já fazem com que o espectador se situe nesse terreno misterioso que é o inconsciente, nicho de associações impensáveis de ideias. (...)A música que acompanha o espetáculo, esse sub-texto formado por piano, violoncelo e acordeom, e interpretados lindamente por João Bittencourt e Maria Clara Valle é outra maneira de aproximar a plateia das moções inconscientes (e também das emoções conscientes) que impulsionam os personagens, seu discurso e seus sintomas. (...) A voz cheia de força de Fernanda de Freitas a princípio traz um descompasso interessante em relação à figura frágil e delicada da bailarina que ela incorpora. A atriz é capaz ainda de interpretar o olhar ‘sem eu’ que é típico do sujeito psicótico que só quem já caminhou pelas alamedas de um hospício viu. Cadu Fávero, por sua vez, se mantém equilibrando-se na corda bamba de uma racionalidade que tenta conduzir os disparates e as emoções dentro de um possível tolerável, que tenta abrir caminho para memórias esquecidas, mas se dobrando a eles (...) Os atores e os músicos sustentam texto, música e espetáculo sem derrapar nos labirintos nodosos de uma obra densa e de forte carga emocional. Pulsões, esse espetáculo da Primeira Página Produções, merece ser visto e revisto”.
Vivian Pizzinga – Blog - 18.06.2015