quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Até 16 de dezembro. Montada apenas três vezes, todas dirigidas pelo saudoso João das Neves (1935-2018), a peça Jornada de um Imbecil até o Entendimento, de Plínio Marcos (1935-1999), ganha nova encenação, com direção de Helio Cicero. O espetáculo estreia no dia 9 de novembro, sexta-feira, às 21h, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) – Espaço Cênico Ademar Guerra, e segue em cartaz até 16 de dezembro. O elenco é formado porJairo Mattos, Fernando Trauer, Fernanda Viacava, Rogério Brito e Douglas Simon, além do próprio diretor.

Jornada de um Imbecil até o Entendimento, de Plínio Marcos,

ganha montagem de Helio Cicero, com clowns e linguagem

do realismo fantástico



Peça pouco encenada do dramaturgo santista estreou no dia 9 de novembro no Centro Cultural São Paulo. Além do espetáculo, haverá mesa de debates e lançamento de um documentário sobre os 50 anos da primeira montagem.



Montada apenas três vezes, todas dirigidas pelo saudoso João das Neves (1935-2018), a peça Jornada de um Imbecil até o Entendimento, de Plínio Marcos (1935-1999), ganha nova encenação, com direção de Helio Cicero. O espetáculo estreia no dia 9 de novembro, sexta-feira, às 21h, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) – Espaço Cênico Ademar Guerra, e segue em cartaz até 16 de dezembro. O elenco é formado porJairo Mattos, Fernando Trauer, Fernanda Viacava, Rogério Brito eDouglas Simon, além do próprio diretor.

A comedia circense narra as articulações e malandragens de seis vagabundos – Mandrião, Teco, Manduca, Popô, Pilico e Totoca – que sobrevivem pedindo dinheiro nas ruas e becos de uma cidade grande. Apenas Mandrião e Pilico têm chapéus para pedir esmolas, sendo que o primeiro com a ajuda do Teco, uma espécie de secretário, contrata – ou praticamente escraviza – os demais pedintes, respaldados por uma falsa crença criada por um deles.


Mandrião e Teco armam um plano para acabar com Pilico, porque eles descobrem que o concorrente estaria tentando trazer os outros pedintes para seu lado. No meio dessa disputa, os empregados Manduca, Popô e Totoca analisam as vantagens que vão ganhar ao se aliar a cada um desses dois lados.

A encenação caracteriza todos os personagens como palhaços e explora a linguagem do realismo fantástico. “Esta é uma forma de homenagear Plínio Marcos, porque, antes de mais nada, ele era um palhaço. A linguagem clownesca está na estrutura do texto, com as características clássicas do universo clown, no qual as duplas aparecem com suas figuras típicas e referências. A opção pelo realismo fantástico do diretor Helio Cicero foi feita porque a única forma de contar essa história é através da poesia, já que a realidade é tão crua e dura e se supera a cada dia”, revela o ator e idealizador do espetáculo Fernando Trauer.

Ainda segundo Trauer, a ideia de montar o espetáculo surgiu quando leu o texto publicado na Coleção Plinio Marcos, Obras Teatrais, de Alcir Pécora. “A linguagem do Teatro do Absurdo; as referências explícitas a Esperando Godot [de Samuel Beckett], Ionesco e Brecht; a atualidade de um texto de 50 anos, que reflete o momento político no qual vivemos, nos níveis político, social, econômico e jurídico; e o fato de a peça fugir muito das tradicionais características conhecidas do Plínio são motivos que me despertaram o interesse”, diz.

A própria realidade brasileira atual serviu como fonte de inspiração. “As referências são diárias sobretudo em época de eleições: a história recente do país, os conchavos políticos, o Poder Judiciário, a dominação religiosa, a nossa São Paulo brasileira de tanta miscigenação, sujeira e belezas misturadas, a pobreza e as riquezas antagônicas. Além disso, adotamos a palhaçaria com suas referências clássicas, o universo do artista das ruas e a análise do indivíduo social e suas mazelas e belezas que o fazem humano”, comenta Trauer.

A montagem é ambientada em uma estação de trem abandonada, com trilhos disformes que levam a diferentes caminhos – esta é uma forma de homenagear João das Neves e seu maior espetáculo, O Último Carro. “O porão do Centro Cultural São Paulo contribui para a estrutura cenográfica, criando uma atmosfera de desolação, na qual a reutilização é palavra de ordem nos trilhos de uma estação de trem abandonada, cujas direções levam e trazem a lugares que foram ou poderiam ter sido alternativas. Com forte influência de Banksy, retrataremos um pouco das ruas e da realidade que nos cerca”, esclarece o diretor Helio Cicero.

“Assim como o cenário também criado pela Luiza Curvo, os figurinos estão sendo confeccionados com materiais recicláveis como plástico, cápsulas de café, retalhos de tecidos e sobras do mercado industrial, em contraponto aos trajes sociais dos cinco estagiários oriundos do Projeto Vocacional da Prefeitura Municipal de São Paulo, que além de receberem o público, interferirão nas cenas. A Iluminação de André Lemes segue o mesmo conceito, com o uso alternativo de fontes de luz criando o efeito necessário do realismo fantástico. As músicas sob direção de Dagoberto Feliz serão cantadas pelos atores e pelo coro de estagiários, proporcionando uma partitura contemporânea ao texto do Plínio”, acrescenta o encenador.

Indicada ao Prêmio Molière em 1968, a montagem icônica de João das Neves para a obra aconteceu no teatro Opinião, no Rio de Janeiro, com Milton Gonçalves, Ary Fontoura, José Wilker, Denoy de Oliveira, Jorge Cândido e Teca Calazans no elenco. As outras duas encenações ocorreram em 1969, no Teatro Maria Della Costa, em São Paulo, e em 1970, no Teatro Arena, em Porto Alegre.

Mesa de debates

O espetáculo é uma atração do projeto Plínio Marcos, uma Realidade da São Paulo Brasileira, que ainda prevê bate-papos e ciclo de leituras. Uma mesa redonda (em data a ser definida) vai contar com participação de Maria Thereza Vargas, Alcir Pécora, Oswaldo Mendes e Kiko Barros.



Na ocasião, também acontece o lançamento do documentário Jornada de um Imbecil, 50 anos de Entendimento, que comemora a primeira montagem da peça de Plínio MarcosA peça de 1968, tinha Milton Gonçalves, Ary Fontoura, José Wilker, Denoy de Oliveira, Jorge Cândido e Teca Calazans, no elenco. O filme também marca a última entrevista dada pelo diretor João das Neves.



Ficha técnica:

Texto: Plínio Marcos. Direção: Helio Cicero. Direção Musical: Dagoberto Feliz. Elenco:Jairo Mattos, Fernando Trauer, Fernanda Viacava, Rogério Brito, Douglas Simon e Helio CiceroParticipação Especial: Luiza Curvo. Coro: Angélica Müller (voz e percussão), Fagundes Emanuel (voz e percussão), Kauan Scaldelai (voz, acordeom, violão e cavaquinho), Léia Góes (voz e saxofone) e Maic William (voz). Iluminação e Operação de Luz: André Lemes. Cenografia e Figurino: Luiza Curvo. Visagismo: Beto França.Estudo de Linguagem Clownesca: Dagoberto Feliz. Assistência de Direção: Marina Soares. Treinamento Viewpoints: Marcella Vicentini. Assistência de Cenografia, Figurinos e Adereços: Priscila Alcebiades. Cenotécnicos: Domingos Varella e João Sobrinho. Costureira: Teresa Braga. Designer Gráfico: Murilo Lima. Conceito Visual:Gigi Prade e Murilo Lima. Mídia Digital: Gigi Prade - Vem pro Teatro! Soluções Digitais Culturais. Fotografia: Priscila Prade. Videomakers e Fotografia dos Ensaios: Irmãos Rio Filmes. Assessoria de Imprensa: Adriana Balsanelli. Direção de Produção:Fernando Trauer. Produção Executiva: Gustavo Casabona. Coordenação de Acessibilidade: Douglas Simon. Direção de Palco: Greco Trevisan. Tradução em Libras:Glauber Lethieri. Realização: Mecenato Moderno/Silvia Marcondes Machado, Emtranse Produções Artísticas/Fernando Trauer, Prêmio Zé Renato de Teatro e Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo. Idealização: Fernando Trauer.



Serviço:

JORNADA DE UM IMBECIL ATÉ O ENTENDIMENTO – Estreia dia 9 de novembro no Centro Cultural São Paulo (CCSP) – Espaço Cênico Ademar Guerra

Duração: 130 minutos. Gênero: Comedia. Classificação: 14 anos.

Ingressos: R$ 30 (inteira); R$15 (meia-entrada).

Temporada: De 9 de novembro a 16 de dezembro. Sextas e sábados, às 21h; domingos, às 20h.



CENTRO CULTURAL SÃO PAULO  Rua Vergueiro, 1000, Paraíso, São Paulo, SP.

Bilheteria: de terça a sábado, das 13h às 21h30; domingos, das 13h às 20h30. Vendas pelo site Ingresso Rápido (www.ingressorapido.com.br). Capacidade: 130 lugares.Informações: (11) 3397 4002.

 






terça-feira, 27 de novembro de 2018

LUXUS MAGAZINE PREPARA A SEGUNDA EDIÇÃO DO SEU ANUÁRIO DE ARTES



A Luxus Magazine já está a todo vapor na elaboração da 2ª Edição do Anuário de Artes, obra que conta com a participação de grandes nomes já consagrados e também novos talentos da Arte Contemporânea.   

A capa será assinada pelo artista plástico Cláudio Cupertino; Roberto Camasmie, famoso retratista brasileiro assina o Prefácio. O Anuário conta com a participação de importantes nomes como Eduardo Kobra, Adélio Sarro, Luiz Cavalli, Fundação Escultor Victor Brecheret, Lucas Penacchi, Gregory Fink, o artista americano Neil Kerman, dentre outros grandes artistas. O projeto tem o apoio da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.                   
Ainda dá tempo de participar!     
                                                                                                                           
Logo haverá o lançamento com coquetel e exposição das obras.                                                                                                   
@luxusmagazineoficial

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Vencedores do Prêmio Sesc de Literatura lançam livros no Rio de Janeiro 13 de novembro, 19h - Arte Sesc. Juliana Leite e Tobias Carvalho, ganhadores da edição 2018 nas categorias Romance e Conto, participarão de debate com o público e sessão de autógrafo no Arte Sesc. - Evento terá participação especial da atriz Fernanda Torres.


Rio de Janeiro, novembro de 2018 – Na próxima terça-feira, 13 novembro, às 19h, acontecerá no Arte Sesc, no Flamengo, o lançamento dos livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2018. Juliana Leite e Tobias Carvalho participarão de um bate-papo, seguido de sessão de autógrafos. Os escritores foram os escolhidos deste ano nas categorias Romance e Conto, com os livros "Entre as mãos" e “As coisas”, respectivamente. As obras são publicadas e distribuídas pela editora Record, com tiragem inicial de 2 mil exemplares,

O bate-papo será mediado pela escritora e poeta Estela Rosa, intercalado pela leitura dramatizada de trechos dos livros "Entre as mãos" e “As coisas” e contará com a participação especial da atriz Fernanda Torres. “O objetivo do Prêmio Sesc de Literatura é identificar novos autores e abrir as portas do mercado editorial aos escritores, proporcionando uma revitalização no panorama literário brasileiro”, declara Henrique Rodrigues, analista de cultura do Departamento Nacional do Sesc.
Natural de Petrópolis (RJ), Juliana Leite, de 35 anos, é mestre em Literatura pela Uerj, onde também se formou em Relações Públicas.  Sua obra, “Entre as mãos”, conta a história de uma mulher que, após sofrer um acidente, desperta com o corpo marcado por cicatrizes profundas. “Ter o meu primeiro livro publicado nesse final de 2018 é especialmente significativo para mim. Sendo um romance que discute a sobrevivência física e subjetiva de uma mulher, talvez o livro ganhe outra simbologia nesses dias em que vivemos, uma chave de leitura a mais. É uma fortaleza ter a literatura como travessia justo agora”, afirma Juliana.

Tobias Carvalho nasceu em Porto Alegre e tem 22 anos de idade.  Em seu livro “As Coisas” o escritor apresenta contos com personagens homossexuais, com histórias que se entrelaçam e se contrapõem sob diferentes olhares e gêneros. “Ver esse processo de ter uma obra publicada é um sonho. Estou muito feliz com isso tudo e a partir de agora espero que o livro ganhe o mundo e conquiste novos leitores", declara Tobias.

15 anos do Prêmio Sesc
Criado em 2003, o Prêmio inclui os autores em programações literárias do Sesc. Desde a primeira edição, o concurso já teve mais de 12 mil livros inscritos e revelou 27 novos escritores.  O processo de curadoria e seleção das obras é criterioso e democrático. Os livros são inscritos pela internet, gratuitamente, protegidos por pseudônimos. Ou seja, quem avalia não sabe quem os escreveu.

Em 2018, o Prêmio teve 1.540 inscritos, sendo 720 livros de contos e 820 romances. A avaliação final ficou por conta de uma comissão especializada formada pelos escritores e críticos literários Beatriz Resende, Flávio Carneiro, Letícia Wierzchowski e Daniel Galera. 

Entre os autores já revelados pelo Prêmio Sesc estão João Meirelles Filho, com o “Abridor de Letras”,  e José Almeida Júnior, com “Última Hora”, vencedores de 2017; Franklin Carvalho, com “Céus e Terra”, e Mario Rodrigues, com “Receita para se fazer um monstro”, em 2016; Sheyla Smanioto Macedo e Marta Barcellos, vencedoras da edição 2015, com “Desesterro” e “Antes que seque”, entre outros.

Mais informações sobre o Prêmio Sesc de Literatura em www.sesc.com.br/premiosesc .

Serviço: Lançamento dos livros vencedores do Prêmio Sesc de Literatura 2018
Data: 13 de novembro
Horário: 19h
Local: Arte Sesc - Rua Marquês de Abrantes, 99 – auditório, Flamengo-RJ