segunda-feira, 2 de abril de 2018

O Cine Fest RN promete colocar o Estado potiguar no mapa dos grandes festivais de cinema do país. O lançamento do Festival acontecerá no próximo dia 3 de abril. E o evento receberá atores e curadores de prestígio nacional. Entre os nomes confirmados estão o do crítico de cinema Rubens Ewald Filho, do ator Anselmo Vasconcellos e da neta da atriz Audrey Hepburn, a também atriz, escritora e pintora Emma Hepburn Ferrer.

Festival de cinema em Natal promete ser um dos maiores do Nordeste

Tatiane Fernandes, produtora do Cine Fest e Fernando Soares, idealizador do evento.


O evento - uma realização do Governo do Estado via Secretaria de Estado do Turismo do RN, e da Engady Cine Video, com recursos do Banco Mundial por meio do Governo Cidadão – acontecerá entre os dias 24 e 29 de abril, com exibição de filmes inéditos no circuito potiguar nas salas do Cinemark Natal. Mostras itinerantes acontecerão nas zonas Sul e Norte da capital, e também na praia de Pipa, com três dias de exibição em cada local.
O Festival será composto por Mostra Competitiva de Longas Nacionais, Mostra Competitiva de Curtas Nacionais e Mostra Competitiva de Curtas Potiguares. Além das mostras de cinema, será promovido o concurso fotográfico com temática sobre o Rio Grande do Norte, intitulado ‘Turismo e Cultura no Elefante’. As melhores obras serão premiadas e integrarão a exposição Cultura no RN, à mostra no saguão do shopping Midway Mall.
“Eventos culturais são importantes ferramentas de marketing cultural e turístico. Um exemplo é Gramado, cujo festival de cinema se tornou marca mundial”, frisou o secretário estadual de Turismo, Ruy Gaspar. “Queremos consolidar Natal e o RN como destino cultural, e também mostrar nossa produção audiovisual aos grandes produtores”, ressalta Edson Soares, diretor da Engady Cine Video.
No decorrer do evento também serão promovidos seminário sobre produção audiovisual e curso de preparação de atores. O seminário contará com o crítico Rubens Ewald Filho, além de representantes da Agência Nacional de Cinema (Ancine), produtores e atores. Já o curso, com três dias de duração, será ministrado pelo tarimbado ator global e protagonista de tantos filmes nacionais, Anselmo Vasconcellos.
PREMIAÇÕES
A Engady Cine Video instituirá o Conselho Curador. O renomado crítico de cinema Rubens Ewald Filho será o presidente do Júri Oficial. O Conselho selecionará os filmes inscritos no site do Festival. Serão escolhidos cinco filmes longa-metragem nacionais, dez curtas nacionais, e outros dez curtas potiguares. Todos produzidos entre outubro de 2016 e março de 2018 e ainda sem exibição comercial.
Para a mostra competitiva de longas, serão premiados o Melhor filme (R$ 5 mil), Melhor diretor (R$ 3 mil), Melhor ator (R$ 3 mil) e Melhor atriz (R$ 3 mil). Na mostra competitiva de curtas nacionais, o melhor filme receberá R$ 3 mil. E na mostra competitiva de curtas potiguares, serão premiados o Melhor curta (R$ 3 mil), Melhor diretor (R$ 2 mil), Melhor roteirista (R$ 2 mil), Melhor ator (R$ 2 mil) e Melhor atriz (R$ 2 mil).
No caso do concurso fotográfico, a curadoria coordenada por associações e coletivos de fotógrafos do Estado selecionará dez fotos entre as inscritas no site. Todas elas integrarão a exposição Cultura no RN instalada no saguão do Cinemark Natal e receberão certificado de seleção do Festival. A premiação em dinheiro será distribuída ao primeiro colocado (R$ 3 mil), segundo colocado (R$ 1,5 mil) e terceiro lugar (R$ 1 mil).
Fernando Soares, idealizador do Cine Fest RN
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Emma Ferrer, por O Globo (RJ)
RIO, 2017 - Na foto desta matéria, Emma Ferrer, 23 anos, veste uma versão, criada pelo estilista potiguar Geová Rodrigues, do chapéu usado por sua avó, a atriz Audrey Hepburn, no filme “Minha bela dama” (1964). Na fotogaleria, ela surge com um pretinho da UMA. Mas Emma está bem longe das vitrines da Tiffany, na nova-iorquina Quinta Avenida, onde Audrey filmou há décadas a cena inaugural de “Bonequinha de luxo” (1961), mas com um little black dress assinado por Hubert de Givenchy. Emma, a neta, posa no West Village.
— As pessoas falam com carinho sobre a Nova York da era da minha avó. Algumas dizem que era um lugar louco, perigoso e sujo, que você não podia andar sozinho. Outras afirmam que era o centro do mundo. Muita gente ainda concordaria com esses pontos de vista. Minha experiência com a cidade é certamente diferente — observa Emma, moradora do East Village. — O último bairro a permanecer “autêntico” no local, uma janela para o passado. Espero que permaneça desse jeito para sempre.
Filha de Sean Hepburn Ferrer, o primogênito de Audrey, Emma não teve contato com a avó, que morreu em 1993, aos 63, um ano antes de seu nascimento. Ela conta que foi um longo processo conectar a imagem da mulher que estava no álbum de fotos da família com a que encontrava em bolsas e nos cartazes de filmes.
— Num primeiro momento, não entendia que minha avó era uma das mulheres mais famosas que já andou pelo planeta — comenta. — Mas não é um fardo ser sua neta. É uma grande benção. Tenho, no entanto, a minha própria personalidade. É importante que gostem de mim por quem eu sou. Mas vivo todos os dias com a esperança de deixá-la orgulhosa.
Emma cresceu ouvindo do pai histórias engraçadas sobre Audrey:
— Ela, por exemplo, tratava todos como estrelas de cinema, mas jamais agia como uma. No set, minha avó também cozinhava grandes pratos de macarrão para a equipe. Ela era assim. Queria tê-la conhecido por essas razões. Penso em seu sorriso, em suas gargalhadas, em sua generosidade, em sua compaixão, no formato de seus olhos, em seus longos e delicados braços, e em como teria sido ser abraçada por ela.
LIVRO SOBRE A AVÓ

— Percebemos que isso aconteceu porque minha avó era simplesmente ela mesma. Sabia o que gostava, o que caía bem em seu corpo. Ela nunca foi escrava de tendências — explica.Há algum tempo, Emma anda debatendo o estilo da avó com o pai. Juntos, eles estão escrevendo o livro “Audrey’s Closet”, com lançamento previsto para 2018. É uma análise dos motivos que transformaram a atriz em ícone da moda feminina do século XX.
Do guarda-roupa de Audrey Hepburn, Emma herdou uma gola rulê (“Que visto durante o inverno inteiro”, entrega) e um colar com 17 pequenos corações de ouro. (Fonte O Globo, RJ)

— É tão rico, com todas as cores, os tecidos, a música e, é claro, Paris.
Aliás, a jovem começou a seguir os passos da avó: acabou de rodar a sua primeira película, “The man in the attic”, que deve estrear no outono americano. É uma obra independente:
— Tenho mais projetos. É um universo novo e excitante, pelo qual estou me apaixonando rapidamente.
Emma concluiu que sua missão na vida é ser “artista”. Hoje, ela se define como atriz, escritora e pintora:
— Nem lembro desde quando desenho. Se não tinha papel, esfregava folhas na calçada. No ensino médio, descobri que isso poderia ser uma profissão. Após o colégio, fui aceita na The Florence Academy Of Art, provavelmente a melhor escola de pintura tradicional do mundo. Passei quatro anos estudando as técnicas dos grandes mestres: Rembrandt, Diego Velázquez... Nesse período, meu trabalho era figurativo, muito naturalista e rigoroso. Agora, estou encontrando a minha voz artística. Minha obra está “mais solta”, inspirada nas poesias que escrevo.
Ainda existe a moda em seu caminho. Emma garante que não é uma típica modelo. Ela protagoniza editoriais e campanhas de beleza à medida que os convites chegam:
— Honestamente, não acompanho a indústria fashion. Eu sei, é uma raridade para alguém da minha idade, com meus antecedentes, vivendo em Nova York e sendo uma manequim. É importante que os estilistas se chamem de artistas, mas que entendam que a peça precisa ser prática. Atualmente, a Valentino (comandada por Pierpaolo Piccioli) faz coisas bonitas. O que Riccardo Tisci criou na Givenchy foi espetacular — avalia Emma, uma ativista de causas humanitárias como foi Audrey, que apoiava o Unicef. — Sou porta-voz do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados) pelos direitos e conscientização dos refugiados — aponta.
Nascida na Suíça, Emma tem passaportes britânico e americano, mas confessa que se sente italiana, já que passou boa parte de sua trajetória em Florença.

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