quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Espetáculo 'Tesouros Musicais do Holocausto' chega a São Paulo com apresentação especial em novembro. O consagrado Maestro Ilya Stupel, da Orquestra Filarmônica de Lemberg, uma das mais importantes do mundo, fará a regência do Concerto

OBRAS PRIMAS COMPOSTAS EM CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO ESTREIAM NO BRASIL  
São Paulo, 3 de novembro de 2015 - Parece incrível, mas compositores judeus, em campos de concentração, em guetos, perseguidos, produziram músicas magníficas - muitas delas plenas de esperança e alegria. Através de ampla pesquisa internacional foram descobertas mais de 2.500 obras de autoria desses compositores. Uma seleção dessas obras faz parte do projeto 'Tesouros Musicais do Holocausto' que será apresentado no dia 13/11, às 21h, no Teatro Anne Frank, no Clube A Hebraica, em evento aberto ao público da cidade.
O concerto, liderado pelo Maestro Ilya Stupel, com a participação do Maestro Ricardo Calderoni, celebra os 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial. Eles regerão a Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, a mais antiga do Brasil, referência nacional em programas sinfônicos e operísticos.
Preservar a memória do Holocausto e homenagear esses mártires é o objetivo desse espetáculo para orquestra e vozes que chega aos país por intermédio da Brasil Produções,em parceria com a UNESCO e com o apoio da Embaixada de Israel, do Yad Vashem, da A Hebraica, da Prefeitura de Campinas, da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas e da CONIB. "Todo este reconhecimento reforça a relevância e riqueza desses verdadeiros tesouros musicais e históricos", diz Sabetai Calderoni, CEO da Brasil Produções.
"Estamos celebrando 70 anos da libertação dos campos de concentração, mas, ainda hoje, a intolerância e as guerras persistem e, em vários países, até se agigantam", completa Sabetai.
Turnê 2016
Para o próximo ano, o espetáculo terá turnê nacional com a participação de músicos da Orquestra Filarmônica de Lemberg (também conhecida como Lviv). Fundada pelo maestroFranz Mozart, filho de W.A. Mozart, é considerada uma das mais importantes da Europa. No Brasil, ela dividirá o palco com músicos da Orquestra Sinfônica de Campinas.
Entre as 2.500 obras encontradas,  há partituras que foram escondidas por seus autores antes de serem capturados pelos oficiais do governo alemão. "Nas regiões conflagradas foram achados baús de metal com partituras desses compositores. O regente Paul Kletzki (1900 - 1973) foi um dos que usou essa estratégia. Ele perdeu familiares nos campos de concentração e, após a guerra, nunca mais compôs, dedicando-se somente à regência e alcançou fama nos Estados Unidos. Belíssimas, composições dele só foram descobertas após seu falecimento", explica o maestro Ricardo Calderoni, que também é diretor artístico do projeto.
Neto de sobrevivente do Holocausto, ele relata ainda que muitas das peças, de autoria de grandes artistas, foram encontradas em campos de concentração. Pesquisas realizadas na Itália, Alemanha, Áustria, Polônia e República Tcheca ampliaram a coletânea. "Parte dos compositores não sobreviveu à opressão nazista. Muitos que foram libertados ou escaparam sequer tiveram a oportunidade de rever e executar suas obras. É muito inspiradora a imensa força interior desses artistas: 'Podem aprisionar nosso corpo, mas nosso espírito viverá sempre em liberdade'", conclui emocionado.
Alegria presente nas composições
Ao contrário do que se poderia supor, as obras selecionadas para a apresentação no Brasil não são melancólicas, como antecipa o maestro Stupel. "Ao escrevê-las, os músicos fugiam espiritualmente ao sofrimento e às péssimas condições de vida, criando peças cheias de esperança e alegria", diz.
De acordo com ele, o valor simbólico das composições aumenta, em especial, porque muitas delas foram escritas sem que os autores tivessem os instrumentos à mão. "Muitos desenvolveram as partituras a partir do conhecimento e da vivência musical anterior ao aprisionamento. E, mesmo assim, as peças são lindas", completa Stupel, cujo pai e tio, ambos músicos eruditos, estiveram presos em campos de concentração.

Serviço

Tesouros Musicais do Holocausto
Data: 13/11
Local: Clube A Hebraica - Teatro Anne Frank - Rua Hungria, 1000 - Pinheiros
Quanto:  De R$ 280,00 a R$ 800,00
Vendas: Bilheteria do clube A Hebraica ouhttp://www.ingressorapido.com.br
Sobre o maestro Ilya Stupel
Nascido na Lituânia, numa família judaica com tradição musical, Ilya Stupel  começou a tocar piano com três anos, juntando-se ao Conservatório de Vilnius como "Criança Maravilha". O consagrado maestro é atualmente Regente Titular da Orquestra Filarmônica de Lemberg. É presença constante em países como Estados Unidos, Espanha, França, Alemanha, Dinamarca e Suécia, onde reside. Também é o Diretor Musical e regente principal da Orquestra Filarmônica Artur Rubinstein, na Polônia, orquestra que já trabalhou com os maestros: Stokowski, Kletzki e Khachaturian. Foi indicado ao Grammy e é vencedor do primeiro prêmio de regência, Deutsche Schallplatten Kritik, de Berlim. Segundo The New York Times, suas interpretações musicais são "um verdadeiro espetáculo".
Sobre o maestro Ricardo Calderoni
Nascido em São Paulo, em família judaica com tradição musical, Ricardo Calderoni é neto de sobreviventes do Holocausto. Considerado pela Luk Magazine como um dos mais importantes maestros da América Latina, recebeu o Prêmio em Excelência em Composição da National Academy of Music nos Estados Unidos.  Entre as suas composições mais conhecidas, destacam-se: Concerto Chameleon para Violão, Clarineta e Orquestra, formação inédita na história da música; Concerto Duplo para Duas Flautas e Orquestra; Um Cais para o Caos para Quatro Solistas, Coro e Orquestra; Suíte Luta e Vida, para Orquestra. Recentemente, apresentou-se em espetáculos consecutivos no Carnegie Hall em Nova Iorque; no Kennedy Center for the Performing Arts em W.D.C.; no Celebrity Centre em Los Angeles; no Auditório Ibirapuera em São Paulo; Philharmonie n Ucrânia e no City Hall na Finlândia.

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