Nesta exposição, o artista plástico
curitibano/paulistano expõe seu universo pessoal, declaradamente instável, intenso, provocador, e,
portanto, nada linear. Trata-se de sentimento cru, instinto forjado em arte,
imagens e efeitos que instigam reações diversas, balançam os sentidos, obras
passíveis de causar tanto admiração,
fascínio e paixão como contestação, desequilíbrio e até repulsa. É essa a
singularidade de Mozart, sua assinatura. Despercebidas as obras não passam,
ignoradas não podem ficar, pois gritamsons
negros – como diria García Lorca*–,
têm poder de fogo, capaz de trespassar peitos desavisados.
Através de um universo intencionalmente sensual e caótico, com paixões e
desilusões, tropeços e desejos, como a vida mesma sem disfarces, o artista
estabelece o diálogo com o público nessa individual, composta por 20 e 30
peças/instalações, todas inéditas. Os trabalhos servem-se de técnicas e materiais diversos como xilogravura, desenho em nanquim, aquarela,
acrílica, ou spray sobre os mais variados suportes: jornal, canvas, madeira, plástico, e o que mais lhe aguçar o olhar.
A mulher em toda a sua complexidade e
drama é
tema recorrente no trabalho de Mozart, assim como os traços fortes traduzindo a
relação que estabelece com o meio, quase sempre ambígua e desafiadora.
Inspirado pelo expressionismo alemão, assim como na Bauhaus, é na desconstrução
das formas, no absurdo, na emoção visceral e espontânea interpretada
pessoalmente que se alicerça seu estilo. Em Não Linear ele amplia seu
universo temático e mostra homens e galos, como símbolos da virilidade e desejo
sexual. Como escreveu Karina Buhr sobre o
artista: “Não tem nadaqueaprisionea arte deMozart.
MozartFernandes... arte
indoordasruas,street-artdascalçadasoudassalase
quartos... nãotem categoriaqueabarquetanta categoria.”
Há alguns anos Mozart mostra um dos
recortes de sua obra para a cidade de SP – colando-os em muros – uma série de
pinturas chamadas FODA‐ME COM AMOR, nome de um poema também seu.
Pinturas estas que estão coladas em outros países: França, Alemanha, Suíça,
Suécia, Espanha e Inglaterra. Emnovembro de 2009realizou a exposição "Átimo: Profanus", que
propunha uma incursão pelos breves instantes em que o profano se revela e se
comunica através de suas pinturas e das
xilogravuras de Helder Santos, trazendo à tona
reflexões e a contraposição do mundano e
do sagrado, para a abertura da Galeria
600, em São Paulo.
Especialista em Design Gráfico, estudou quatro anos de arte e pintura e também lecionou por quase uma década na área de design. Casado com a também artista e designer Mônica Rodrigues Fernandes – ambos com carreiras reconhecidas internacionalmente –, juntos conceberam/idealizaram a Vértices Cenografia Arte e Design, espaço na Vila Madalena que por oito anos defendeu no mercado o conceito de que o que define a qualidade, tanto no design como na arte, é a capacidade de ampla difusão, a acessibilidade para todos, enfatizado no reaproveitamento de materiais, na urbanidade, na intervenção inusitada e autoral.
*Em “Teoria e prática do duende”
SERVIÇO
NÃO LINEAR, de Mozart Fernandes
Curadoria: Tomaz Borger
Direção Geral/Cenografia: Mônica R. Fernandes
Produção: Giovanna Pedace
Produção e Montagem: Vértices Cenografia Arte e Design
Trilha sonora: Zé Cafofinho (Tiago de Melo Andrade)
Local: Galeria de Arte “A Hebraica”
Clube Hebraica
Rua Hungria, 1000 –Jardim Paulistano
Telefone: 11 3818-8888
Acesso para deficientes
ENTRADA FRANCA
Abertura para convidados: 06/04 (sábado), das 12h00 às 17h30
Visitação: De 07/04 a 05/05
Funcionamento: Terça a Domingo, das 08h00 às 20h00
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