Em Submarino, Léo Moreira assina
texto inédito em nova montagem
do diretor Pedro Granato
A trama acontece o tempo todo dentro de uma piscina cenográfica. A peça é o resultado da primeira parceria entre o diretor Pedro Granato e o autor Léo Moreira (da Cia Hiato). O texto inédito foi criado para o projeto Conexões 2013, uma produção da Escola Superior de Artes Célia Helena em parceria com o Teatro Pequeno Ato
Uma turma de adolescentes sempre se encontra na piscina onde praticam natação. Uma morte inesperada abala a relação de todos. Agora, o grupo de amigos precisa lidar com aperplexidade, entendimento e superação da perda. Texto inédito de Léo Moreira com direção de Pedro Granato - que dirigiu recentemente Quanto Custa?; de Bertolt Brecht e Il Viaggio; adaptação de Marcelo Rubens Paiva para texto inédito de Federico Fellini -, a peça Submarino estreia dia 2 de agosto, sábado, às 20 horas, no Teatro Cultura Inglesa, em Pinheiros.
No elenco, Bárbara Sgarbi, Celina Vaz, Gabriel Tavares, Jonatan Justolin, Manuela Pereira, Matheus Polimeno, Pedro Monteiro e Victoria Martinez. A temporada segueaté 17 de agosto, com sessões aos sábados, às 20h e domingos, às 19h.
A montagem investe na plasticidade das cenas e nos movimentos coreografados para contar uma história sensível de superação do luto e do surgimento de novos sentimentos. O local de encontro da turma tem como único cenário a piscina onde praticam natação.
A história se passa durante um ano e mostra como cada personagem lidou com a situação e como suas vidas e sentimentos foram transformados. A peça trata de questões que envolvem a morte e de como as pessoas atravessam um acontecimento trágico como a perda de uma pessoa tão jovem. Algo que deixa marcas em todos os envolvidos.
O texto revela fragmentos da vida dos personagens com grandes saltos temporais. Os atores usam seus próprios nomes para se apropriar melhor da história que estão contando e parte dos ensaios aconteceram numa piscina de verdade o que foi fundamental para definir movimentos e sensações em cena.
Para o diretor, Pedro Granato, o texto é muito provocativo. “Trata-se de um tema denso e profundo que não é normalmente associado aos adolescentes. Os diálogos são sensíveis e as marcações muito sugestivas, pois deixam espaço para criação. O fato da peça toda se passar em uma piscina é um grande desafio para a encenação, por isso também assino a luz e o cenário, pois estava intrinsicamente ligado a direção. É um espetáculo muito visual”, comenta.
Léo Moreira - autor e diretor da Cia Hiato, premiado três vezes com o Prêmio Shell de melhor autor - escreveu a peça especialmente para o Projeto Conexões, uma parceria entre o National Theatre de Londres, British Council e Cultura Inglesa com realização da Escola Superior de Artes Célia Helena.
Submarino é a primeira parceria entre Pedro Granato e Léo Moreira. O diretor comemora o resultado da união desses dois universos. “Léo é um dramaturgo generoso. Ele não define como as cenas têm que ser. Mesmo sendo diretor ele deixa muito espaço para ser completado e isso é um prazeroso desafio de inventar a peça visualmente, achar o equivalente em música, imagem e movimento para rubricas livres e poéticas”.
Cenografia e Figurino
Com estética minimalista, o cenário é uma plataforma de madeira forrado com lona de piscina. Os atores utilizam a parte superior e inferior do cenário sugerindo diferentes espaços de até 8 raias. Nas extremidades tem um trampolim e uma escada. Os figurinos seguem a mesma paleta de cores criando uma impessoalidade entre os personagens e sua fusão com o ambiente da peça. Maiôs de banho, toalhas e camisetas em tons entre o preto e azul, além de todos os elementos cênicos, remetem aos tons azulados e ao universo da natação. O único elemento vermelho é uma toalha submersa que personifica a morte de um personagem.
A iluminação propõe um jogo sinestésico ao investir em diversos tons de azul para ressaltar a piscina. Um ciclorama preenche o fundo e cada raia tem luzes independentes manipuladas pelos atores. Os cubos cobertos de azulejos de fundo de piscina reforçam a sensação de solidão e a claustrofobia que a água traz após o afogamento.
“Como na peça sugerimos mergulhos e nados, busquei imagens fortes que pudessem indicar essas ações. Criei um cenário que sugere mudanças de ângulo. Em alguns momentos, é como se você estivesse vendo a piscina de cima. Outras vezes, o cenário é um trampolim e uma raia ou até mesmo o fundo da piscina. E para transformar o cenário foi fundamental o recorte da iluminação. Por isso, utilizo luzes que os próprios atores manipulam e o ciclorama para dar a sensação de estar imerso”, explica Granato.
Sobre Leo Moreira
Leo Moreira é dramaturgo e diretor da Companhia Hiato, de São Paulo, mestre em Dramaturgia pela Universidade de São Paulo. Estreou como autor e diretor com a peça Cachorro Morto (2008) e com o texto seguinte, Escuro, recebeu o Prêmio Shell 2011 de Melhor Autor. Com O Jardim recebeu 19 indicações aos principais prêmios do país e venceu o Prêmio Shell 2012 como Melhor Autor, além do Prêmio APCA 2012 de Melhor Direção, Prêmio Governador do Estado de São Paulo – Melhor Espetáculo, e Prêmio Cooperativa Paulista de Teatro – Melhor Autor e Melhor Espetáculo. Também são de sua autoria Bagagem (finalista do Prêmio Luso Brasileiro de Dramaturgia), Dois Pássaros, Prometheus – a Tragédia do Fogo (espetáculo selecionado a participar dos Festivais de Avignon e Edimburgo e indicado a três Prêmios Shell 2012, indicado a Melhor Autor Prêmio CPT 2012,) e Menor que o Mundo, da Cia Nau de Ícaros, que também dirigiu. Dirigiu o espetáculo O Silêncio Depois da Chuva (indicado a 2 Prêmios Shell 2012) e escreveu e dirigiu o Projeto Ficção e Ficções II, da Companhia Hiato. É um dos roteiristas do longa-metragem A noite do Halley e de séries para a televisão.
Sobre Pedro Granato
Formado pelo Curso de Cinema e Vídeo da ECA/USP. Dirigiu as peças: Quanto Custa?, de Bertolt Brecht;; Il Viaggio, de Marcelo Rubens Paiva, inspirado em roteiro inédito de Fellini; Navalha na Carne, de Plínio Marcos, com Gero Camilo, Gustavo Machado e Paula Cohen; Criminal, texto do argentino Javier Daulte; O Grande Mágico Mistério escrito em parceria com os mágicos Ricardo Malerbi e Celio Amino, selecionado como melhores do ano no Teatro Alfa; Made in Brazil, a partir de texto de Chico Buarque. Montagem indicada a Melhor Direção no Prêmio Nascente em 2002, entre outros.
Dirigiu o grupo IVO 60 por 13 anos, sendo contemplado 5 vezes pelo Programa Municipal de Fomento ao Teatro, criando 5 peças apresentadas por todo país. Foi assistente de direção de Laís Bodanzky em Menecma, de Bráulio Mantovani com estreia no Teatro do SESI – Paulista. No cinema dirigiu o curta-metragem Uma Tragédia Brutal, premiado como Melhor Direção no 1o. Panorama Latino Americano de Cinema Universitário, realizado em 2004, Melhor Filme do Festival MUV-MAES do Espírito Santo e Menção Honrosa no Santa Maria Cine e Vídeo no Rio Grande do Sul em 2005. Atualmente leciona Interpretação na Escola Superior de Artes Célia Helena e no Teatro-Escola Célia Helena.
Escola Superior de Artes Célia Helena
Dirigida pela atriz Ligia Cortez, a Escola Superior de Artes Célia Helena – ESCH, desde o início de suas atividades em 2008, tem como umas das ações mais importantes dar continuidade ao programa de estudos e de investigação prática e teórica sobre as artes cênicas instauradas há 37 anos pelo Teatro-escola Célia Helena. Fomentar o diálogo e a interface do teatro com as diversas linguagens artísticas, promover e estimular a autonomia criativa e a participação em processos de criação são alguns dos fundamentos artístico-pedagógicos desenvolvidos pela instituição.
FICHA TÉCNICA:
Direção, luz e cenário: Pedro Granato. Dramaturgia: Léo Moreira. Figurinos: O grupo. Trilha sonora original: Pedro Monteiro. Assistente de direção: Gabriela Gama.Operação de Luz: Matheus Heck. Elenco: Bárbara Sgarbi, Celina Vaz, Gabriel Tavares, Jonatan Justolin, Manuela Pereira, Matheus Polimeno, Pedro Monteiro e Victoria Martinez. Cenotécnico: Mateus Fiorentino. Realização: Escola Superior de Artes Célia Helena e Pequeno Ato.
Teatro Cultura Inglesa - Rua Dep. Lacerda Franco, 333. Pinheiros. Temporada: 2 a 17 de agosto - Sábados, às 20h e domingos, às 19h.Entrada franca. Retirada de ingressos uma hora antes de cada espetáculo. Duração: 50 minutos. Classificação: 14 anos.
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