O
Terraço,
de J.C. Carrière, estreia no
Brasil
com direção de Alexandre
Reinecke
Texto
indicado
ao Les Molières promove
encontro entre o real e o fantástico.
Inédita no Brasil, a
comédia O
Terraço, do premiado escritor francês Jean-Claude Carrière, estreia no dia 18 de janeiro de 2013,
sexta-feira, no Teatro Nair Bello, às
21h30, sob direção de Alexandre
Reinecke. No texto, traduzido por Henrique Benjamin, um apartamento de terraço
ensolarado vira alvo de disputa, no momento da separação de um casal.
A montagem tem
elenco formado por Vera Zimmerman, Ilana Kaplan, Marat Descartes, Marco Antônio Pâmio, Henrique Stroeter, Flávia Teixeira e Hugo Coelho. O diretor Alexandre Reinecke
ressalta a importância do autor, “um dos maiores roteiristas do século XX”, e do
elenco. “São atores experientes, de reconhecido talento. Meu trabalho parte do
que eles oferecem. Teatro é sempre uma obra coletiva”. Declara.
A ficha técnica traz
ainda Paula Sabbatini no figurino,
Carol Mariottini como assistente de
direção, Mira Andrade na cenografia e
Fran Barros na iluminação.
A história, que se passa
na França, começa com a separação de um casal. A mulher, Madeleine (Vera Zimmerman) surpreende o marido
Etiènne (Marco Antônio Pâmio) com a notícia, durante o café da manhã, e avisa que o
apartamento onde vivem será alugado. Tendo como atrativo um ensolarado e
misterioso terraço, o imóvel passa a ser visitado por possíveis locatários,
intermediados por uma habilidosa corretora. Essas pessoas se relacionam,
estranhamente, em um terreno neutro, sendo o casal protagonista de um drama real
e os outros personagens, figuras totalmente metafóricos. É inevitável que novas
relações se estabeleçam e uma disputa pelo apartamento é desencadeada.
Os complexos e
engraçados visitantes causam empatia e divertem por suas acentuadas
características. A Corretora (Ilana Kaplan) esbanja desenvoltura na profissão,
além de muita carência. O Sr. Astruc (Marat Descartes) é o que chamamos de
folgado e espaçoso, trambiqueiro em busca da sobrevivência. O marido, Etiènne
(Marco Antônio Pâmio), deixa-se levar pelas circunstâncias com uma mistura de
sarcasmo e indiferença. Maurice (Henrique Stroeter) é a passionalidade levada à
quinta potência. E o casal Dalloz (Hugo Coelho e Flávia Teixeira) é formado por
um General cego e por uma mulher que tenta matá-lo sem sucesso. Dois personagens
caem do terraço e não sofrem absolutamente nada: o General é empurrado e,
milagrosamente, sobrevive e volta com mais vigor ainda; Maurice se joga num ato
de paixão, mas é em vão.
Neste texto, J.C.
Carrière propõe imagens, talvez de forma inconsciente, que surgem com muito
impacto, mas sem o poder da fatalidade. Ele brinda o espectador com tipos muito
engraçados em contraponto com um sisudo casal. Para Reinecke, “O Terraço explora a
loucura humana, latente no nosso dia a dia, por meio de personagens quase
alegóricos. Eles têm um tom acima do que é considerado comum”. O diretor também
explica que a encenação busca enraizar a proposta do texto, “esse hilário
encontro do real com o fantástico”.
Em O
Terraço a vida se manifesta de forma inusitada,
amparada pelos esteriótipos do cotidiano, onde os personagens com suas ambições
e desejos levam o espectador ao riso, surpreendendo a cada instante. O figurino,
bastante colorido, busca
elucidar a personalidade de cada um, reforçando a ambigüidade da relação
alegórica entre o casal e os visitantes. O
Terraço, usa a
força do humor para provocar não só riso, mas também a reflexão.
Espetáculo: O Terraço
Texto: Jean-Claude
Carrière
Tradução: Henrique
Benjamin
Direção: Alexandre
Reinecke
Assistente de direção:
Carol Mariottini
Elenco: Vera Zimmerman
(Madeleine), Ilana Kaplan (Corretora), Marat Descartes (Sr. Astruc), Marco
Antônio Pâmio (Etiènne), Henrique Stroeter (Maurice), Flávia Teixeira (Sra.
Dalloz) e Hugo Coelho (Sr. Dalloz).
Cenografia: Mira
Andrade
Figurino: Paula
Sabbatini
Iluminação: Fran
Barros
Visagismo: Paula
Sabbatini e Roberta Estevão
Sonoplastia: João Maya e
Henrique
Benjamin
Produção executiva:
Fabio Hilst
Direção de produção:
Beti Antunes
Coordenação geral de
projeto: Henrique Benjamin
Design gráfico e fotos:
Erik Almeida
Realização, idealização
e produção: HB Produções
Produtora associada:
Enjoy Arts
Patrocínio: 3M do
Brasil
Copatrocínio:
Vedacit
Apoio: Porto
Seguros
ProAC - Programa de Ação
Cultural do Estado de São Paulo
Estréia:
18 de janeiro – sexta-feira – às 21h30
Dias
11 e 12/01 – sessões beneficentes em prol da Unibes (1 peça de roupa = 1
ingresso)
Teatro
Nair Bello (Shopping
Frei Caneca)
Rua Frei Caneca, 569, 3º
Piso, 401A – Consolação/SP – Tel: (11) 3472-2414
Temporada: sexta
(21h30), sábado (21h) e Domingo (19 horas) – Até 31/3/13
Ingressos: R$ 40,00
(sexta), R$ 60,00 (sábado) e R$ 50,00 (domingo)
Gênero: Comédia –
Duração: 80 min – Capacidade: 200 lugares
Ingressos antecipados:
www.ingresso.com.br
(4003-2330). Aceita cartões (todos).
Ar condicionado. Acesso
universal. Estacionamento: R$ 7,00 (por 2h).
Jean-Claude
Carrière
Nascido na França, em
1931, Jean-Claude Carrière é premiado roteirista, escritor, diretor e ator do
cinema francês. Foi colaborador freqüente do diretor Luis Buñuel e, menos
frequente, de Peter Book. Foi ainda presidente da La Fémis, escola cinematográfica do estado
francês. Sua colaboração com Buñuel começou com o filme Diário de uma
Camareira (1964), para o qual
ele co-escreveu o roteiro e também interpretou o papel de um padre da aldeia.
Mais tarde, Carrière colaborou com quase todos os roteiros dos seus filmes,
Incluindo A Bela da Tarde (1967), O Estranho Caminho de São Tiago (1969), O Fantasma da Liberdade (1974) e Esse Obscuro Objeto do Desejo (1977). Agraciado em diversas premiações,
incluindo Oscar, César e BAFTA, ele escreveu ainda os roteiros de A Insustentável Leveza do Ser (1988), Cyrano (1990), Brincando nos Campos do Senhor (1991) e O Último Entardecer (1997). Colaborou com Peter
Brook nas duas versões do antigo épico sânscrito Mahabharata. O
Terraço foi indicado ao prêmio Les Molières, de melhor texto.
Alexandre
Reinecke
Dentre os diretores
teatrais mais atuantes do teatro brasileiro, Alexandre Reinecke, 42 anos,
consolidou sua carreira em 2000, quando foi assistente de direção de Paulo
Autran, na peça Dia das Mães. Desde então,
dirigiu 40 peças dos mais variados gêneros: as comédias Quarta-Feira, Sem Falta, Lá em Casa, com Beatriz
Segall e Myrian Pirtes (depois Nicete Bruno); Senhoras e Senhores, com Suely Franco, John
Herbert, Sonia Guedes e Antonio Petrin; Sua
Excelência o Candidato, de Marcos Caruso e Jandira Martini, com Reynaldo
Gianecchini; e Arsênico e Alfazema (Arsenic and
Old Lace), com Ana Lucia Torre e Denise
Weinberg, peça que também traduziu e
adaptou, Os 39 Degraus, de Alfred Hitchcock,
com Dan Stulbach, Adultérios, de Woody
Allen, com Fabio Assunção; e a comédia francesa Toc Toc, há mais de 4 anos em cartaz.
Em 2010, esteve cartaz
com nove peças:
Seria Cômico Se Não Fosse Sério
de Friederich Durremat, Adorei o Que Você
Fez, TPM Katrina, O Homem das Cavernas
e Trair e Coçar, é só Começar (re-dirigiu em
comemoração aos 23 três anos de temporada), Amores, Perdas e Meus Vestidos, O Clã das Divorciadas e Toc Toc . E em 2008/2009, dirigiu duas peças de
Fernanda Young, A Idéia, Vergonha dos Pés, com Priscilla Fantin e Danton
Mello. Atualmente, está com cinco peças em cartaz: Adultérios, Como
Se Tornar Uma Super Mãe em 10 Licões, Toc
Toc, Mães Iradas e Chá Com Limão.
Escreveu, traduziu e
adaptou diversos textos e ainda um roteiro para teatro e cinema, inspirado na
música Domingo no Parque de Gilberto Gil,
ainda inéditos. Como ator, atuou nas peças Trair
e Coçar e Só Começar, As Bacantes, Arsênico e Alfazema, entre outras, além de
vários filmes comercias, longas e curtas-metragens. Em 1991, atuou no papel de
Creonte em Antígona, com o Laboratorie Gestuel du Canada, sob a
direção de Larry Trembley.
Principais peças
estrangeiras que dirigiu e/ou traduziu: Defending
The Cavemanm by Rob Becker (direção e tradução), The Foreigner by Larry Shue (direção), Arsenic and Old Lace, by Joseph Kesselring
(direção e tradução), Mr. Halpern and Mr.
Johnson, by Lionel Goldstein (direção e tradução), The Homecoming, by Harold Pinter (direção), J’Aime Beaucoup Ce Que Vou Faites, by Carole
Greep (direção), The Millionaire, by Bernard
Shaw (tradução inédita) e outras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário